28/01/2013

Modelo de Carta de Intenção para o cargo de Professor Mediador Escolar e Comunitário


CARTA DE INTENÇÃO

Á
COMISSÃO DO PROCESSO SELETIVO DE PROFESSOR MEDIADOR ESCOLAR E COMUNITÁRIO

Prezada Comissão,

Eu, Fabrício Oliveira, portador do RG nº XXXXXXXXXX e inscrito no CPF nº XXXXXXXXXX, habilitado em História e Pedagogia e atualmente cursando Pós-Graduação Lato Sensu (EAD) em História e Cultura no Brasil, professor PEBI, categoria XXXXXXXXXX, candidato à vaga de Professor Mediador e Comunitário na Diretoria Regional de Ensino _ Região XXXXXXXXXX da cidade de XXXXXXXXXX.
Venho por meio deste, apresentar minhas intenções pelas quais me interesso a concorrer ao cargo, pois acredito que nunca é tarde para inovar e transformar. Sinto a enorme necessidade de aprender cada vez mais e sinto-me desafiado a encarar novos desafios sem receio de enfrentá-los e aventurar-me por mares desconhecidos, pois sou um “apaixonado” pela educação e acredito que o maior tesouro que os pais podem deixar como herança aos seus filhos são os estudos e os valores morais (a honra, a verdade, o trabalho, a dignidade, a fé em Deus, o amor ao próximo, etc.,) e este não poderá ser perdido, roubado ou reivindicado por meio de uma ação judicial perante o juiz de direito.
Como historiador e pedagogo acredito indubitavelmente que através da educação vamos modificar as diretrizes políticas, econômicas, educacionais, sociais e culturais do país permitindo que todos os brasileiros independente da classe social a que pertence tenha acesso a um sistema educacional que vise à universalização do acesso, à equidade e à qualidade do ensino, não importa se é público ou privado, mas que de oportunidades para que todos os indivíduos cresça, desenvolva, aprenda e constantemente se aprimore enquanto ser humano e tenha uma consciência crítica, criativa, construtiva, reflexiva e solidária para que a partir daí, possa preservar o planeta Terra e respeitar o seu próximo na sua particularidade e individualidade independente da cor da pele, do credo religioso, da orientação partidária, da filosofia de vida e da orientação sexual, etc.
É através da educação, que podemos eliminar de vez todos os tipos de conflitos, tabus, estigmas e preconceitos sócio-culturais existentes na nossa sociedade contemporânea e permitir que as nossas crianças e adolescentes tenham acesso a diferentes formas de cultura, pois como elucida BURKE[1] (2003:14) ao afirmar que vivemos em um período marcado por encontros culturais cada vez mais freqüentes calcado por um hibridismo[2] cultural.
A violência se faz presente na nossa sociedade ao longo dos tempos e infelizmente cada vez mais invade o espaço escolar sem pedir licença, causando o caos e uma barbárie dentro e fora da sala de aula, levando os nossos alunos (crianças, adolescentes e adultos) a se “digladiarem” constantemente e vivendo em pé de guerra, pois não estamos acostumados a respeitar as ideologias alheias e acima de tudo, temos uma enorme dificuldade em compreender e aceitar as diferenças do outro em razão disso, não estamos tendo um ambiente escolar socialmente harmonioso e saudável que permite com que os alunos e professores tenham estímulo, prazer e segurança em estudar e lecionar e estejam aptos a construir uma cultura de paz, de cidadania e de são convivialidade.
Pretendo como Professor Mediador Comunitário ajudar a escola em que eu for atuar a encontrar mecanismos para eliminar os conflitos imprevisíveis como, por exemplo: a indisciplina, a falta de limite, a falta de respeito, a falta de compromisso com os estudos, o bullying, a agressão (física, material, verbal, moral, psicológica, sexual e virtual), comportamentos (indesejáveis e inadmissíveis), etc; trabalhar alinhado e em conjunto com a equipe gestora, coordenação pedagógica, funcionários e colaboradores da escola, pais, professores efetivos; categoria F e O; e principalmente com os Eventuais porque estes docentes encontram enorme dificuldade, em ser ouvidos e respeitados pelos alunos e na maioria das vezes, não sabem como lidar com situações conflituosas que ocorrem em sala de aula. Vale mencionar que, vou estar empenhado em promover, conscientizar e encorajar os alunos a respeitarem a diferença e a praticarem a tolerância, pois como Professor Mediador Comunitário vou defender a ideia: “Aceitar é uma opção. Respeitar é um dever”.
A tarefa não vai ser fácil, mas nada me impede de esforçar, tentar colocar em prática as metas, mesmo que sejam audaciosas para os paradigmas educacionais, sociais e culturais vigentes, pois acredito que a escola precisa de gente de ação.
As escolas públicas estaduais do Estado de São Paulo abrigam alunos de diferentes idades, níveis de desenvolvimento psicossocial e estratos sociais, que devem receber do Estado atenções adequadas às suas necessidades. Como Professor Mediador Comunitário vou procurar abrir espaços e criar relações de parceria para trazer os pais ou responsáveis para dentro do âmbito escolar, pois são os principais interessados numa boa educação para seus filhos dessa forma vamos trabalhar juntos, trocando informações, compartilhando decisões e colaborando com a rotina de trabalho dos professores para garantir  uma educação de qualidade para todos os nossos estudantes.
Ao surgir, condutas (incompatíveis, indesejáveis, inadmissíveis) que possa estar interferindo no bom andamento das aulas e atrapalhar a aprendizagem escolar dos alunos procurarei apurar os fatos de forma “neutra” e “imparcial” buscando o apoio da equipe gestora, coordenação pedagógica, professores, funcionários, pais e/ou responsáveis e o conselho escolar para chegarmos a um consenso e juntos aplicarmos medidas disciplinares, sempre considerando, na caracterização da falta, a idade do aluno e a reincidência do ato sempre com muito cuidado, para não expor o aluno ao ridículo e ao constrangimento com a intenção de preservar sua (auto) imagem.
Através de Projetos Pedagógicos Transversais e Interdisciplinares, conscientizaremos os alunos a partir de ações sócio-educativas e culturais, a fim de evidenciar que o Estado de São Paulo, adverte que a falta de respeito, desacato ou afronta a diretores, professores, colaboradores da escola ou qualquer funcionário público é uma falta grave o que acarreta penalizações nos termos da Constituição da República Federativa do Brasil e das leis vigentes. É necessário mostrar para os alunos que o aparelho de celular não combina com sala de aula e, a partir daí, estabelecer um acordo amigável que ao entrar na sala de aula este equipamento eletrônico deve ser desligado ou colocado no modo silencioso para atrapalhar o processo de ensino aprendizagem, de acordo com o dispositivo da Lei nº. 12.730 de 11 de outubro de 2007.
Vale lembrar que, o acordo estenderá para o uso de notebook, tablet, jogos portáteis, tocadores de música ou outro dispositivo de comunicação ou entretenimento que perturbem o ambiente escolar; prejudiquem o aprendizado ou que possa gerar conflitos, por exemplo, intrigas de adolescentes, indisciplina em sala de aula, fofocas de alunos contra aluno, falta de atenção e de compromisso com as atividades propostas em classe, roubo e perda de celulares, etc.
Em casos extremos e após analisar o histórico de conflitos e problemas causado pelo aluno vou propor a equipe gestora, coordenação pedagógica, docentes, pais e/ou responsáveis o encaminhamento[3] do aluno à Saúde Escolar, baseado na assistência médica, psicológica, fonoaudióloga, psicopedagogo, assistente social, etc; com o objetivo de cuidar de distúrbios, prevenirem os agravos e proporcionar uma melhor qualidade de vida para o aluno e estabelecer à sua inserção no contexto escolar.
Sem mais para o momento.
Atenciosamente,

São Paulo, 23 de janeiro de 2013.



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Fabrício Oliveira





[1] Peter Burke é um historiador inglês, e doutorado na Universidade de Oxford, foi professor de História das Idéias na School of European Studies da Universidade de Essex, por dezesseis anos professor na Universidade de Sussex e professor na Universidade de Princeton; atualmente é professor emérito da Universidade de Cambridge. Autor de 22 livros publicados, 12 deles traduzidos e editados em português.
[2] Hibridismo cultural é a mistura de várias culturas, todas as culturas estão envolvidas entre si, nenhuma delas é única e pura, todas são híbridas, heterogêneas. A música, a linguagem oferece muitos exemplos notáveis de hibridização. Idéia extraída do livro: BURKE, Peter. Hibridismo Cultural. 3. ed. São Leopoldo: Unisinos, 2010. p. 13 – 14.
[3] O encaminhamento pode ser direcionado a serviços de orientação em situações de abuso de drogas, álcool ou similares; para casos de intimidação baseada em preconceito ou assédio; ao Conselho Tutelar em caso de abandono intelectual, moral ou material por parte dos pais ou responsáveis.