03/11/2012

Interdisciplinaridade X Método

FÓRUM: Análise a questão da interdisciplinaridade como método.


E inviável iniciar este fórum sem antes informar ao leitor que a interdisciplinaridade é o estudo comum entre duas ou mais disciplinas da área do conhecimento. No decorrer de nossos estudos e pesquisas, descobrimos que ao longo do tempo os historiadores têm a tarefa árdua, intelectualmente desafiadora de romper com os paradigmas e buscar novas metodologias, para o estudo de História e ajudar a organizar as informações, a hierarquizá-las, a interpretá-las e a criticá-las. Enfim, a transformar a informação em conhecimento.
De acordo com Joelza Ester Domingues Rodrigues[1] (2009), o conhecimento em História é interdisciplinar e exige nos dias atuais dos historiadores, educadores e pesquisadores, etc; o domínio de diversas e diferentes linguagens e que o estudo de História não pode mais seguir uma abordagem disciplinar tradicionalmente fragmentária (pronta/acabada), mas sim a pesquisa histórica deve articular política, economia, relações sociais, sexualidade, cultura, religião, geografia, ecologia, arte, matemática, sociologia, filosofia e outros campos do conhecimento, pois o estudo do passado deve estar articulado ao presente, ajudando-nos a refletir sobre as questões contemporâneas.
Vale mencionar que interdisciplinaridade enquanto método de análise e estudo ajudou com que nós historiadores, percebesse que a história também está presente na arte, na literatura, nas lendas, nos diários dos viajantes, na música, no teatro, no cinema, na televisão, no rádio _ enfim, em todas as formas de expressão humana.
Gostaríamos de registrar que a interdisciplinaridade vem rompendo com os paradigmas do ensino tradicional e possibilitando aos educadores, pesquisadores e cientistas, etc; trabalhar em conjunto. Como exemplo: temos a “Revolução Sexual”, que só foi possível conhecer mais a respeito do tema devido à união da: História, da Psicologia, da Sociologia, da Filosofia, da Biologia, da Química, da Psicanálise, da Medicina, etc.
No campo educacional estamos acostumados a trabalhar o saber compartimentado em disciplinas específicas (focalizadas em uma só área), pois concluímos o Ensino Superior com um déficit na formação (de professores) que nos ensinam a trabalhar com a interdisciplinaridade na sala de aula ou no campo de pesquisa.

“(...) O currículo escolar é mínimo e fragmentado (...) Não favoreceu a comunicação e o diálogo dos saberes. As disciplinas com seus programas e conteúdos não se integram (...), dificultando a perspectiva de conjunto e de globalização, que favorece a aprendizagem (...)[2]”.

Apesar da interdisciplinaridade ainda ser desconhecida no ambiente escolar devido à má formação dos professores e a falta de comunicação dos mesmos, a infraestrutura inadequada dos prédios escolares, a utilização de uma pedagogia (tradicional, arcaica, conservadora, positivista, militarista), a falta de incentivo para realização de projetos e de pesquisas, a ausência do acompanhamento familiar no processo educacional e o desinteresse e falta de comprometimento dos alunos; a partir daí, detectamos se a abordagem interdisciplinar fosse aplicada no dia-a-dia pode contribuir na formação de cidadãos críticos, criativos e construtivos que pudesse inserir-se na sociedade, e tentar a desenvolver projetos coletivos com o intuito de sanar os problemas do planeta Terra e acima de tudo, ter uma visão de mundo e aptos para articular, religar, contextualizar, situar-se num contexto e, se possível, globalizar, reunir os conhecimentos adquiridos.
A interdisciplinaridade pode causar enormes mudanças e descobertas na Ciência e permite o encontro e troca entre os pesquisadores que possibilita uma disciplina disseminar uma semente da qual nascerá uma nova disciplina, pois a História muda constantemente e há sempre novas interpretações, novos documentos, novos pesquisadores.
Não podemos nos esquecer que a aprendizagem é contínua não para nunca, e transforma a informação em conhecimento e faz com que caminhamos rumo ao Terceiro Milênio.


[1] Mestre em História Social pela PUC _ SP, Bacharel em História pela FFLCH _ USP e Licenciada em História pela Faculdade de Educação _ USP e autora do livro didático do Ensino Fundamental II “História em Documento _Imagem e Texto”, adotado pelos professores de História da Escola Estadual João Baptista de Oliveira, Itapecerica da Serra – SP.
[2] Citação extraída do artigo “Interdisciplinaridade: Concepções de professores da área ciências da natureza em formação em serviço”.

A Imprensa no Século XIX _ XX

AVALIAÇÃO DISSERTATIVA: Discorra a respeito do papel da imprensa na passagem do século XIX _ XX


“(...) O próprio estudo de como se originou a imprensa é de grande relevância uma vez que nos pode oferecer orientações sobre o período em que o homem passou a sentir a necessidade de se comunicar para públicos cada vez maiores (...)[1]”.

Fazendo a leitura do artigo “Transição do Jornalismo _ do século XIX ao século XX”, aprendemos com o estudo que a imprensa é uma área de pesquisa que desperta o interesse de historiadores, geógrafos, pedagogos, sociólogos, filósofos, jornalistas, pois seu estudo nos permite obter informações relacionadas à comunicação social.
Percebe-se que desde a transição do século XIX para o XX, a imprensa preocupou-se informar seu público, notícias (informações) relacionadas aos acontecimentos sociais, políticos, econômicos, administrativos, culturais, mercadológicos, etc. O “pré” desenvolvimento da imprensa iniciou a partir do século XIX, mas somente a partir do século XX, ganhou força, destaque um espaço maior perante a sociedade, pois as notícias passaram a ser difundidas não só pelo jornal, mas através de outros meios de comunicação social, como o rádio e posteriormente da televisão facilitando o acesso às informações públicas pelos ouvintes e telespectadores.
É importante salientar que a missão da imprensa, no século XIX, era de fornecer informação e não dava ênfase na propaganda.

“(...) O século XIX foi o período da História de maior importância para a imprensa devido a fatores como a evolução dos sistemas econômicos, os avanços tecnológicos, transformações sociais e o reconhecimento da liberdade rumo à democracia (...)[2]”.

Gradativamente a imprensa foi se expandindo, e os interesses da população pela mesma cresceram, haja vista que no século XX, o número de pessoas analfabetas diminuiu e os indivíduos deslocaram da área rural e migraram para área urbana na expectativa de alcançar uma melhor qualidade de vida e um futuro próspero, e a partir daí a imprensa “cai no gosto” de classes dos menos favorecidos, e deixando de ser interesse apenas das elites tradicionais e dominantes. No decorrer do século XX, a censura (totalitarismo) em relação à imprensa (notícias publicadas e televisionadas) foi perdendo força, dando espaço, para a liberdade, democracia e como um “caminho” de denunciar as mazelas e as injustiças sociais e sendo uma das formas de propagação dos ideais de democracia.
No desenrolar do século XX, a imprensa (jornalismo) avançou no tempo e no espaço para atender à demanda nacional e as exigências do leitor e despertar o seu interesse pela leitura preocupou em publicar notícias específicas voltadas para o esporte, lazer, vida social e cultural, crítica literária, notícias policiais, regionais, nacionais, internacional, “fofocas” (retratar a vida privada, a intimidade, o cotidiano dos artistas e celebridades).
Após nossas análises chegamos à seguinte conclusão: Que as notícias veiculadas na imprensa na maioria das vezes, podem ser considerados como espelho da realidade e por esta razão, no Brasil no século XX, no período do Regime Militar, políticos, órgãos governamentais, empresas (jornalísticas) elaboraram leis e decretos com o objetivo de censurar (silenciar/distorcer) os jornalistas e controlar a forma como as notícias seriam produzidas em prol da ideologia e do sistema político vigente.

“(...) Todo o dia é preciso ter notícia. Os acontecimentos podem surgir a qualquer momento e em qualquer parte (...)[3]”.

Acreditamos que a imprensa deve continuar a se adaptar e acompanhar as evoluções sociais ao longo dos séculos, sobretudo em relação às invenções tecnológicas, práticas culturais e padrões de comportamento visando informar, denunciar, esclarecer e educar o leitor.



[1] Citação extraída do artigo “Transição do Jornalismo _ do século XIX ao século XX” de Rodrigo Carvalho da Silva, comunicador social em jornalismo e pós- graduado em Comunicação Mercadológica.
[2] Ibidem, p. 2.
[3] Ibidem, p. 7.

O Nacionalismo e o Império Brasileiro

AVALIAÇÃO DISSERTATIVA: (de Modernismo e O Nacional Popular / A Radiofonia e A Integração Nacional).
1)     Disserte sobre a importância do referencial nacionalista para a consolidação do Império no período imediatamente posterior à independência formal do Brasil.


Lendo o artigo “Nação e nacionalismo a partir da experiência brasileira[1]” descobrimos que o século XIX, foi o século da “onda” nacionalista na Europa e que acabou por acarretar com a ruptura dos vínculos do processo colonial no Novo Mundo.
Aprendemos no decorrer dos nossos estudos que o Brasil se tornou independente de Portugal, mas que continuou preservando o modelo de política português e tendo como líder político o herdeiro da Coroa lusitana que preservava e revigorava o instituto da escravidão. Tivemos uma independência, sem derramamento de sangue ou episódios violentos ao contrário de outras colônias da América do Sul, a “minúscula” elite política (dominante) permaneceu coesa para assegurar seus objetivos, o povo continua dependente, excluído, massacrado e desprotegido politicamente, legalmente, economicamente, socialmente, ou seja, órfão do Império e distante do desenvolvimento e do progresso.
Vale mencionar que a política brasileira desde o seu início, contou com a ausência de um ideal nacional que impede de o país de alcançar a democracia, pois o regionalismo vigente à época era o principal entrave para o estabelecimento do nacionalismo e de uma sociedade liberal, pois representava as vivências e sentimentos regionais e não nacionais e não favorecia o projeto político - pedagógico para construção do país sempre almejado pelo imperador. A partir de então, o nacionalismo como ideologia entra em cena com a missão pacífica de defender a política, a economia, a elite dominante, o território e por último o povo.
A campanha nacionalista realizada no Império adotou formalmente a plataforma política que exaltava a esperteza do brasileiro e o seu lado pacífico e acolhedor e que éramos uma nação mestiça (ameríndia, lusa e africana) e tropical e que estamos caminhando rumo ao progresso e ao futuro. Percebe-se que, esta plataforma política nacionalista é totalmente artificial, elitista e fiel ao imperador que tinha como proposta ocultar e servir de máscara para esconder as mazelas sociais que ocorreram no Brasil e acima de tudo, “cegar”, “enganar”, “manipular”, “adestrar” e “silenciar” os grupos sociais menos favorecidos e consagrar a História Oficial (nacional) e exterminar as idéias republicanas.
O nacionalismo aplicado no Império exaltava o indígena, e referenciava como “protofundador”, inocente, herói e amigo dos portugueses, já os negros foram rotulados pelos brancos como seres inferiores, rebeldes, descrente ao Deus cristão e preguiçoso; um dos maiores entraves ao desenvolvimento do país.
E para finalizar esta avaliação não podemos deixar de mencionar que a política nacionalista aplicada pelo Império tinha como meta, apresentar o Brasil e ressaltar suas potencialidades e integrar ao mundo e divulgar que éramos um povo com fibra, crítico, criativo e que caminhávamos rumo ao futuro, ao progresso e à civilização e acima de tudo, realizar a divulgação do país para os brasileiros e mostrar o papel do “Estado” como sujeito alternativo e principal para o desenvolvimento da nação.



[1] Artigo escrito por Carlos Lessa, doutor em economia, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e autor de vários livros, foi condecorado com a Grã - Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, em 2004.

Imprensa X Monarquia

FÓRUM: Em sua opinião, o papel da impressa teve relevância significativa para o fim do regime imperial?


Fazendo a leitura do artigo “Imprensa no Brasil do Império à Primeira República[1]” percebemos que não é de hoje que a imprensa (escrita) realiza uma oposição ideológica, e de concepções em relação aos governantes do país permitindo assim, que seu público-leitor tivesse acesso às informações (notícias) que permite situar-se no tempo e localizar no espaço e compreender melhor a sociedade.
Entretanto é importante salientar que a imprensa (escrita) no Brasil antes mesmo da implantação Ditadura Militar (1964) era vigiada, perseguida e censurada pela elite dominante com receio de despertar a opinião pública e aguçar o interesse por questões administrativas, políticas, econômicas e sociais. Vale mencionar que para despertar a opinião dos cidadãos, é preciso da imprensa. Quais motivos levaram o imperador D. Pedro II, a não estimular o crescimento e o fortalecimento da imprensa (escrita)? Haja vista, que no Brasil Império a maioria da população era composta por negros e analfabetos que moravam na zona rural e percebe-se, que não houve um processo simultâneo de desenvolvimento nos centros urbanos que continuam idênticos com o da colônia.
Descaso, desordem, corrupção, favorecimento ilícito, opressão, exploração, discriminação, negligência, etc; era algo comum do cenário político do Brasil Imperial. D. Pedro II, não possuía um projeto político que pudesse reverter à instabilidade político-administrativa desse período e o descontentamento em relação ao seu governo era crescente e a população almejava o progresso, a esperança e as mudanças de modernidade e a imprensa (escrita) conspirava para “varrer” os elementos do regime monárquico do país e propagar as idéias republicanas.
Nesse período, inúmeros jornais e pasquins que circulavam no país, combatiam, criticavam, satirizaram e ridicularizaram a figura do imperador e incentivavam o sentimento de revoltas (Farroupilha, Cabanagem, Praieira, etc.) a partir de suas ideologias e passaram  a ter o apoio dos “homens de letras” (escritores famosos) como José de Alencar e Machado de Assis.
A escravidão era um tema que causou polêmica na sociedade e o imperador não tinha qualquer posição definida sobre o caso, o governo era pressionado pelos cafeicultores, classe dominante e pela Inglaterra para se manifestar a favor ou contra ao projeto de libertação dos escravos.
E importante frisar que, vários jornais defendiam a idéia de abolição da escravatura e que outras notícias internacionais passaram a ter destaque na imprensa (escrita), pois antes era muito difícil de publicar por que chegaram até a redação dos jornais via carta, e agora está vindo diretamente via telégrafo e por essa razão começaram a ser publicados em maior proporção pela imprensa.
Não podemos encerrar este fórum sem comentar que nesse período, como já mencionamos em parágrafo anterior, que havia no país um grande número de analfabetos e por esta razão, os jornais eram acessíveis apenas para uma minoria de leitores, ou melhor, para uma classe que não só detinha o conhecimento, mas também o poder e os meios de produção.



[1] Artigo escrito por Maria Isabel de Moura do Nascimento (professora da pós – graduação em educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e coordenadora do HISTEDBR de Campos Gerais (PR)) e Claudia Maria Petchak Zanlorenzi (Mestranda em educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)).

Uma viagem pela Semana de Arte Moderna de 1922

FÓRUM: A partir de suas leituras sobre a Semana de Arte de 1922, relacione suas principais propostas com o contexto da sociedade brasileira do início da década de 1920.

Iniciaremos o nosso Fórum informando ao público que a Semana de Arte Moderna de 1922, nasceu no período em que o “mundo” assistiu perplexo o fim de uma Grande Guerra e almejava ansiosamente por renovações: mentais, políticas, econômicas, culturais e sociais.
Estávamos vivendo o término da monocultura do café, onde os coronéis (comandantes) ditavam as regras políticas do Brasil e constantemente realizavam viagem ao exterior, e enviavam seus filh@s[1] para estudar e obter instrução do outro lado do oceano Atlântico, haja vista que não tínhamos uma mentalidade brasileira autêntica e existia uma enorme diferença cultural entre o litoral (grandes cidades) em relação ao interior (escuro, ignorante, atrasado, sem personalidade _ o Juca Mulato ou Jeca Tatu de Monteiro Lobato).
De acordo com o jornalista, Paulo Duarte a arte moderna chega ao Brasil, muito atrasada (1922) em relação a outros países e até então, os padrões da arte estabelecida na época era marcada por fórmulas acadêmicas importadas das grandes Escolas de Belas Artes da Europa que dificultou a aproximação das artes com a verdadeira realidade brasileira.
Vale lembrar que, a exposição realizada por Anita Malfatti causou grande polêmica no meio artístico, intelectual e cultural e mais tarde favoreceu a Semana de Arte Moderna. Anita Malfatti desembarcava dos Estados Unidos, onde havia ido estudar (aperfeiçoar) novos conceitos de arte e os trabalhos artísticos de sua exposição foram criticados (paranóia ou manifestação?) por Monteiro Lobato e por essa razão, no primeiro momento seu trabalho foi se debilitando e perdendo a virilidade.
Segundo Menotti Del Picchia (escritor e semanista), a Semana de Arte Moderna quebra padrões e foi ousada para os estilos artísticos da época, pois não fundou uma escola com regras e nem determinou técnicas ou formulou conceitos pré- estabelecidos, mas sim fecundou uma consciência libertadora, em nossa arte e paisagem valorizando o espírito de nossa brasilidade e sepultando o passado, as concepções românticas parnasianas realistas, as sugestões européias (francesa, lusitana, etc.).
Entendemos que a Semana de Arte Moderna de 1922, almejava retratar a vida da maneira como ela se mostrava, através de uma recriação artística e literária e se afastando cada vez mais do espírito conservador e conformista. O ano de 1922 foi o ano do centenário da independência política do Brasil e de intranqüilidade política devido à disputa à sucessão presidencial, já no plano cultural, Pixinguinha e os Oitos Batutas embarcaram para a Europa, mas infelizmente sua ida causou polêmica, pois “alguns brasileiros” não aceitaram a idéia de ser representada no exterior por esse grupo musical devido uma visão racista, preconceituosa, arcaica, tradicional, conservadora e ultrapassada.
Nas noites de fevereiro de 13 a 17 na cidade de São Paulo no Theatro Mvnicipal de São Paulo aconteceu a Semana de Arte Moderna (também chamada de Semana de 22) com exposição de artes plásticas, concertos, leitura de livros, conferência explicativa e apresentações musicais que tinha como desejo incentivar a modernização do país e desmascarar as mazelas sociais de norte á sul e contrapor as idéias regionais de Monteiro Lobato, Valdomiro Silveira, entre outros. A Semana de Arte Moderna despertou o interesse dos artistas, intelectuais e poetas do Rio de Janeiro, pois antes de 1922, o artista brasileiro de um modo em geral, não era reconhecido e valorizado.
Após nossos estudos, descobrimos que a Semana de Arte Moderna de 1922, conseguiu reunir um grupo de artistas e intelectuais com a missão de consolidar e consagrar a arte brasileira. Podemos concluir que a Semana de Arte Moderna de 1922, foi um movimento revolucionário e modernista que influenciou grandes nomes das letras, das artes e da política e originou a fundação do Partido Democrático.
Para encerrar este fórum, é importante mencionar que na Semana de 22, foram expostas obras de Di Cavalcanti, John Graz, Zina Aita, Vicente do Rego Monteiro, etc; e seus idealizadores foram Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Villa Lobos, entre outras ilustres figuras importantes do meio artístico e cultural.
A Semana de Arte Moderna de 1922 e suas influências artísticas estão vivas entre nós até os dias de hoje.


[1] Expressão utilizada para referir-se ao gênero masculino ou feminino.

Música Popular Brasileira - MPB

FÓRUM: Entre o final do XIX e o início do XX, os lundus e as modinhas foram os gêneros escolhidos como exemplos contundentes da “música popular brasileira”. No cenário cultural atual, o que é considerado a “verdadeira música popular brasileira”

Fazendo a leitura e análise do texto “Alexina de Magalhães Pinto e o Tesouro dos Humildes”, foi possível aprender que desde ao final do século XIX, e início do século XX, determinados gêneros musicais do Brasil são oriundos dos grupos menos favorecidos socialmente e que sofreu preconceito e discriminação em detrimento dos brancos pela elite (branca) de artistas e intelectuais brasileiros pelo fato de pertencer à categoria popular e por estar sempre em oposição à sociedade tradicional, arcaica, conservadora, ultrapassada e moralista.
Vale mencionar que, esses gêneros musicais (cantigas populares) que sofreram  estigma e discriminação de forma direta e indireta através de suas letras de música pelo fato de retratar abertamente um país exótico, rico culturalmente, explorado e oprimido e que sofreu a influência de diversas culturas principalmente, pela cultura africana.
No decorrer da leitura foi possível perceber, que independente da classe social que o indivíduo viesse a pertencer se tivesse aptidão musical para o violão era visto com maus olhos” perseguido e difamado pelo restante da sociedade, rotulado como um desclassificado, fora dos padrões comportamentais e sociais da época.
Atualmente, percebe-se que o preconceito que se fazia presente no final do século XIX, e início do século XX, em relação a determinados estilos musicais ainda se faz presente e continuam impregnados, ou seja, “tatuado” na sociedade contemporânea (indústria fonográfica) e enfrentam inúmeras dificuldades, para ser aceito por ser uma expressão genuína do povo (já que atinge as grandes massas) e a maioria dos seus artistas (criadores, compositores e letristas) são da periferia e por suas letras serem mais sexualizadas, fazer apologia ao álcool, cigarro e drogas, incentivar a violência, retratar traição e desilusões amorosas, denunciar a corrupção (política, econômica e social), incentivar o uso das gírias, ridicularizam a imagem da mulher, etc; exemplos que podemos citar: o forró, o reggae, o rap, o funk, a música regional e dos repentistas, o teen pop, o eletro forró, o hip-hop, o tecnobrega, etc.
De acordo com nossos estudos e pesquisas, através de vários sites da Internet descobrimos que a Música Popular Brasileira (MPB) é um gênero musical brasileiro que surgiu em meados dos anos 60, com a segunda geração da Bossa Nova e que sempre foi apreciada pelas classes médias urbanas, do Brasil.
Em discussão com o acadêmico Serapião de A. Neto chegamos à seguinte conclusão: Que foi a partir da década de 60, com os Festivais de Música Popular exibidos pela TV Celso e TV Record que este gênero musical que encontra-se em debate, recebeu o título de Música Popular Brasileira (MPB) e que nos festivais posteriores, caiu no gosto do público (telespectador) pelo fato das músicas terem uma tendência e conotação nacionalista abordando temas instigantes, tais como ditadura militar, a mulher na sociedade, a fome, informando, discutindo e denunciando questões sociais nas vozes de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Maria Bethânia, Ney Matogrosso, Nana Caymmi, Milton Nascimento, Dorival Caymmi, Elis Regina, Clara Nunes, Geraldo Vandré, entre outros. Acredito que no cenário atual, é considerada verdadeira Música Popular Brasileira (MPB) toda música que seja capaz de instruir, informar, levantar questões à sociedade, o conhecimento da nossa língua materna e que traz à tona nossa sensibilidade, encantamento, alegrias, tristezas e que permite uma reflexão critica, construtiva e criativa sobre as diversidades existentes em nosso país.


Cultura de Massas nos Regimes Autoritários / Totalitários

FÓRUM: Comente, em uma lauda, a importância da cultura de massa e das novas vias de comunicação públicas (como o cinema e o rádio) para a legitimação dos regimes autoritários europeus e brasileiros.



“(...) E mais fácil governar uma nação, onde os “cidadãos” são obedientes e fanáticos, do que cidadãos livres e democráticos (...)[1]

Ao aprofundar nossos estudos, e ao ler o artigo “Cinema e propaganda política no totalitarismo e na democracia: tempo de Hitler e Roosevelt (1933:1945)[2]”, descobrimos que os regimes totalitários, ou seja, “ditaduras” se acederam pelo planeta Terra, no desenrolar do século XX, e no limiar do século XXI, ainda se faz presente como sistema político e forma de governo adotado principalmente nos países do oriente Médio.
Para alcançar o poder; e conquistar o apreço e admiração do povo (massas) governos totalitários da Europa, do Oriente Médio, da América (Central, do Norte e do Sul) e inclusive do Brasil; utilizaram o cinema, o rádio e a televisão para disseminar e legitimar suas ideologias políticas, administrativas, econômicas, sociais, educacionais e culturais com o objetivo de “seduzir”, “controlar”, “dominar”, “alienar”, “hipnotizar” as massas populares em seu favor e conquistar os indivíduos emocionalmente e psicologicamente. Após a ascensão e consolidação dos regimes totalitários e sua manipulação dos meios de comunicação de massas, a censura foi instituída oficialmente, através da “força” simbólica e física e as informações que chegaram até o ouvinte e o telespectador era a favor do governo e do Estado e contra toda atividade espontânea, democrática, liberal ou contrária a ideologia oficial.
Vale mencionar que, no Brasil, no período da ditadura militar (1964-1985), a censura imposta pelos militares, sobretudo após o Ato Institucional – AI 5, censurou os meios de comunicação e várias canções foram consideradas não aptas à execução e proibida de ser gravada entre elas Alegria, alegria, de Caetano Veloso; Cálice de Chico Buarque e Gilberto Gil, Pra não dizer que não falei das flores (também conhecida como "Caminhando") de Geraldo Vandré, Sociedade Alternativa de Raul Seixas, Como Eu Quero de Paula Toller e Leoni, Tortura de Amor de Waldick Soriano, etc. Uma variedade de programas televisivos foram banidos e proibidos para exibição como, por exemplo, a primeira versão da novela Roque Santeiro de Dias Gomes e Aguinaldo Silva, Irmãos Coragem de Janete Clair, Saramandaia de Dias Gomes, Despedida de Casado de Walter George Durst, o programa A Discoteca do Chacrinha, o programa da Hebe Camargo.
Nazismo alemão, fascismo italiano, franquismo espanhol, stalinismo soviético, militarismo brasileiro foram audaciosos ao perceberem que poderiam utilizar esse meio de entretenimento como um recurso de divulgação de suas propagandas políticas; haja vista que seu foco principal não era de transmitir alegria, lazer, conhecimento e cultura as massas, mas sim fiscalizar suas vidas do nascimento até a morte e impor e preservar comportamentos, conceitos e valores (morais, sociais, religiosos).

“(...) O nazismo marcou o final das estéticas expressionistas e das vanguardas da década de 1920 _ responsáveis por tornar o cinema alemão conhecido mundialmente _, que passaram a ser consideradas como “arte degenerada”. Neste momento, os nazistas exerceram um forte controle sobre o cinema, fazendo com que muitos judeus, comunistas e pessoas consideradas “inimigas do Estado” fossem excluídos do meio cinematográfico e artístico da Alemanha (...)[3]”.

No Brasil, não foi diferente. É importante salientar, que no período da ditadura militar brasileira, vários artistas, intelectuais e políticos foram “convidados” a viver na clandestinagem e tendo suas obras artísticas “borradas”, censuradas, revisadas ou até mesmo reprovadas sendo classificada como imprópria para os paradigmas da época. Em contrapartida, surgiu no cenário internacionais e nacionais, novos” artistas (astros e estrelas) que glorificavam os regimes totalitários e endeusava a “figura de autoridade” do ditador, no caso do Brasil, o cantor Wilson Simonal, era suspeito de ter ligações com a ditadura militar e possuiu a fama de delator, ou seja “dedo duro”.

“(...) Durante a década de 1930, tanto o cinema alemão (...) produziram filmes dedicados aos seus líderes políticos, à imagem do “homem novo” e da “nova nação”. Na década de 1940 foram realizados filmes sobre os inimigos da nação e produção voltadas para o tema de guerra (...)[4]”.

A barbárie chegou à mídia: pelo rádio, pelo cinema e pela televisão e havia programa radialístico e televisivo que incentivava a exclusão, a discriminação, o preconceito e o extermínio e os alvos preferidos eram os judeus, os negros, os homossexuais, os ciganos, os deficientes físicos, as Testemunhas de Jeová, os ingleses, os russos, entre outros.

“(...) No caso alemão, Joseph Goebbels instruía os cineastas para que Fuhrer fosse apresentado como o “salvador da Alemanha”, um ser iluminado em cenários grandiosos. Cada aparição de Hitler era estruturada como uma grande peça teatral, cuidadosamente encenada para a câmera (...) Para os filmes históricos, o ministro da propaganda recomendou que os cineastas traçassem um paralelo entre Hitler e as grandes personagens históricas da Alemanha, tais como o rei Frederico II, Bismarck, Friedrich Schiller, Carl Peters, etc (...)[5]”.

Para encerrar esse fórum não podemos de deixar de abordar que o rádio, o cinema e a televisão no período dos regimes totalitários ao redor do mundo ajudou a construir a falsa ideia de “nova nação” e do “homem novo” fazendo com que as massas populares acreditassem fervorosamente nessa ideologia e que o povo alemão era superdotado, ou seja, se julgavam superiores aos demais povos que devia reverência e obediência e subordinação.

“(...) Os filmes nazistas afirmavam que as democracias ocidentais eram nações demoníacas que pretendiam destruir a Alemanha, por isso, os alemães viam-se obrigados a atacar primeiro (...)[6]”.



[1] Informação verbal (02/10/2012) transmitida pela Rádio Sul América Trânsito 92,1 FM.
[2] Artigo escrito por Wagner Pinheiro Pereira, doutorando em História Social (Depto. De História _ FFLCH – USP) e pesquisador vinculado ao Laboratório de Estudos sobre Intolerância – Universidade de São Paulo (LEI – USP).
[3] Ibidem, p. 4.
[4] Ibidem, p. 5.
[5] Ibidem, p. 6.
[6]  Ibidem, p. 7.

Cultura Popular

AVALIAÇÃO DISSERTATIVA: Faz parte do ofício do historiador tentar recuperar o conceito de cultura popular, conceito esse que não é dado, mas construído e “inventado”. Essa “invenção cultural” de cultura popular vem do século XIX e do mundo urbano e industrial em ascensão e conseqüentemente, do surgimento das multidões e das massas. Discorra sobre as razões que levaram a construção e invenção do conceito de cultura popular nesse contexto histórico específico, para isso leve em conta tanto o contexto europeu quanto o brasileiro.


Analisando o artigo “Cultura popular entre a tradição e a transformação[1]”, identificamos que anterior ao século XIX; estudiosos e pesquisadores[2] já tinha o interesse em investigar a cultura popular, pelo fato de possuir em seu contexto elementos heterogênico e por estar associado a algo bizarro, distantes dos paradigmas da época. Oriunda do “mundo underground, das camadas rotuladas como inferiores, subalternas, e do submundo, muitas vezes sofreu discriminação, preconceito e perseguição da elite tradicional, conservadora, moralista e dominante (européia e brasileira), pois almejava “doutrinar”, “adestrar”, “silenciar”, através de uma política iluminista (racional) e positivista de ordem, progresso e obediência ao governo e ao Deus católico e protestante.

“(...) destaca ainda a crescente preocupação das autoridades com práticas que geram protestos, tumultos, como o carnaval _ entre outras manifestações populares (...)[3]”.

Com receio de uma suposta revolução social, promovida pela cultura popular, a burguesia direcionou sua atenção para a criação artística do povo marginalizado socialmente pelo mundo moderno, capitalista e urbano.
Em relação ao Brasil, do século XIX, o folclore e a cultura popular despertaram a atenção dos estudiosos não somente pelo fato de desvendar a “gênesis” da cultura popular em sua íntegra, mas para ajudar a construir a identidade nacional, através de análises dos contos, cantos, poesias, festas, humor, superstição, etc; e não pelos agentes que os gerem e consomem, haja vista que o Brasil se encontra em um período de modernização.
“(...) história popular sempre foi relacionada com a história dos excluídos, que não têm patrimônio ou não conseguem que ele seja reconhecido e conservado (...)[4]”.

No desenrolar do século XX, a preocupação dos estudiosos passou a ser outra em relação ao século passado, pois tinham o desejo de transformar o folclore em uma disciplina científica autônoma, e a partir daí, explicar e reconstruir as manifestações culturais e tradicionais ao contrário, do século XIX, que estudou o folclore sem a utilização de um método que não foram guiados por uma delimitação do objeto de estudo, mas através de um viés político e ideológico (europeu e brasileiro).
É importante mencionar que, o “mass média” distorce a apresentação das manifestações populares (mito, folhetim, festa, humor, superstição, etc), pois é apresentado ao consumo público, como uma mercadoria que deve ser consumida seguindo a lógica do mercado durante o processo de exibição que posteriormente poderá ser substituído por outro da mesma espécie que está sendo lançado ao mercado.

“(...) para o mercado e a mídia o popular não interessa como tradição, ou seja, como algo que perdura. Ao contrário, o que tem popularidade na indústria cultural deve ser, após atingir o auge, relegado ao esquecimento, a fim de dar espaço a um novo produto que deverá ser acessível ao povo, ser do gosto do povo, enfim ser popular (...)[5]”.

A política populista visando ganhar força, crédito e poder apropria da cultura popular para construir sua plataforma política com o objetivo de enganar e ludibriar o cidadão comum e que nos faz pensar que somos agentes dessa política e que o Estado nos inclui e reconhece e permite a fazer parte desse palco de poder.
Ficamos em dúvida se é pertinente, ou não fazer este comentário, mas na década de 60, chegou-se à conclusão de que, era necessário aproximar intelectuais, artista e o povo[6] que fabricava a cultura popular com a intenção de unir as forças e derrubar o regime totalitário vigente, em prol da construção de um projeto de cultura nacional (arte X política) que pudesse transformar a sociedade, de modo em geral, sem distinção de sexo, raça, trabalho, ideologia, credo, cor, deficiência, etc; visando a direção da sociedade.

“(...) acabam negando a validade das manifestações populares e mantêm o preconceito em relação à cultura popular ao aproximá-la da “falsa cultura”, entrando, por conseguinte, num processo de alienação que eles tanto combateram (...)[7]”.






[1] Artigo de autoria de Vivian Catenacci, cientista social e coordenadora do Projeto Viverate – SP.
[2] Podemos citar como exemplo os intelectuais românticos do século XVIII.
[3] Ibidem, p. 29.
[4] Ibidem, p. 31.
[5] Ibidem, p. 32.
[6] Classes subalternas, os trabalhadores, etc.
[7] Ibidem, p. 34.