04/11/2012

AVISO IMPORTANTE


O conteúdo deste Blog é destinado a historiadores, pedagogos, professores da rede pública e privada, universitários e todas as pessoas que são apaixonadas pela educação.
É expressamente proibida cópia, reprodução parcial, reprografia, fotocópia
ou qualquer forma de extração de informações deste sem prévia autorização
do autor conforme legislação vigente. 
O conteúdo deste blog é público e pode ser utilizado por qualquer pessoa, desde que de forma individual e pessoal, sendo vedada a cópia dos textos na integra.
É proibido fazer cópia integral, modificação,distribuição,transmissão e alteração nos textos dos artigos de tutoriais, bem como as imagens demonstrativas que os acompanham. É vedada a Criação de Obras Derivadas dos textos aqui publicados.
Cópias parciais dos textos (apenas de trechos de nossos artigos) estão permitidas, desde que haja atribuição dos créditos de autoria, e sejam utilizados apenas como fonte de informação, comentários ou citação. Na atribuição dos créditos, a fonte original deve ser citada, fazendo referência ao autor dando os devidos créditos, apontando o link da postagem original de onde foram retiradas tais informações, portanto a reprodução parcial dos textos publicados é permitida, com minha expressa autorização e nos termos acima citados, caso contrário será tipificado crime de Plagio, com fulcro na nossa Legislação Penal.


Governo Getúlio Vargas

AVALIAÇÃO DISSERTATIVA: Comente, a partir do fragmento abaixo, de que forma o governo de Getúlio Vargas forjou a legitimidade de seu governo a partir do prisma da sociedade de massas:
"para convencer as multidões é necessário, em primeiro lugar, perceber quais os sentimentos que as movem, fingir partilhá-los também e, depois, tentar modificá-los ou conduzi-los suscitando certas imagens por meio de associações mentais rudimentares" (LE BON, 1895).

De acordo com o historiador Boris Fausto, Getúlio Vargas chegou ao poder tendo o uso de sua imagem (figura) associada a um ícone centralizador, modernizador e com tendências autoritárias / totalitárias e mesmo assim, conseguiu ficar no poder durante quinze anos ininterruptos (1930-1945), período da História do Brasil que ficou conhecido como a “Era Vargas”.
Nesse período, de quinze anos no poder Getúlio Vargas enfrentou diversos problemas tanto de ordem interna[1] (das forças que o apoiaram) e externa[2] (da oposição). Vale frisar que, todos os problemas políticos, enfrentados na administração de Getúlio Vargas acarretaram na Revolução Constitucionalista de 32 (luta armada do Estado de São Paulo contra o governo federal) onde ao término desse confronto o governo saiu vitorioso. A revolução tinha como principal foco colocar um fim na “ditadura” _ Governo Provisório estabelecido por Getúlio Vargas e imediatamente convocar uma Assembléia Constituinte para aprovar uma nova Constituição inteiramente nova e implantar o regime democrático.
Boris Fausto, afirma que a Revolução de 1932 foi derrotada pela armas, mas mostrou para a nação a necessidade de garantir uma forma legal, para o país e diante das circunstâncias difíceis o governo provisório de Getúlio Vargas, foi tragicamente interrompido.
Imediatamente Getúlio Vargas convocou eleições para ser realizada uma Assembléia Constituinte (1933) que acabou aprovando a Constituição de 1934 a segunda Constituição da República do Brasil que alterou as condições de vida do trabalhador, fazendo valer os seus direitos a nível nacional, instituiu-se o voto secreto entre outras importantes medidas.
Getúlio Vargas novamente voltou ao poder sendo eleito por voto indireto. O país avançou rumo à industrialização pós 30, em relação a outros países, pois o projeto está se concretizando e a nação necessitava urgentemente de mão-de-obra “barata” e “qualificada” para dar andamento no processo de industrialização.
Visando ter o apreço do povo Getúlio Vargas, lançou uma campanha educativa que priorizava um ensino técnico- profissionalizante, melhores condições de ensino e a padronização do mesmo nos níveis secundário e universitário.
Nas entrelinhas da história, percebemos que essa plataforma política adotada por Getúlio Vargas, era uma maneira de ter os indivíduos a seu favor _dizendo “amém” e “sim” ao seu projeto político, haja vista que ele utilizou de várias estratégias autoritárias para que os trabalhadores não se organizassem em sindicatos. Getúlio Vargas foi um Presidente da República que possuía uma visão política e não foi em vão que apoiou movimentos sociais como o Integralismo (direita) que era inspirado no fascismo italiano e tinha como líder Plínio Salgado _ nacionalista, totalitário e contrário as liberdades democráticas e acreditava em um regime sustentado por um único partido sendo assim, apoiaram Getúlio Vargas na expectativa de alcançar o poder, porém foi traído e marginalizado até o golpe do Estado Novo.
Já os comunistas bateram de frente e era oposição ao governo de Getúlio Vargas e desejavam por reformas sociais de imediato.
Para barrar o avanço comunista pelo país, Vargas aplicou uma repressão e colocou-os na ilegalidade com receio de uma tentativa de golpe Getúlio Vargas, fechou o cerco político e a partir daí, estabeleceu em todo o país um processo de repressão para implantar um regime totalitário através de um golpe (do Estado Novo) este que foi instaurado sem resistência e oposição. Automaticamente o congresso foi fechado às eleições e os partidos foram extintos e a liberdade de expressão foi sepultada junto com tudo aquilo que era considerado nocivo ao governo e a sociedade.
Getúlio Vargas se intitulou como chefe supremo da nação e para evitar qualquer tipo de conflito com a população propagou a idéia que ele era o melhor para o país e que iria governar em prol do povo, e por isso classificou-se como o “grande pai do Brasil”.
Não podemos negar que Getúlio Vargas foi um estrategista que utilizou uma variedade de recursos (rádio / televisão / cinema / teatro) para divulgar suas idéias, suas realizações políticas para conquistar os cidadãos brasileiros emocionalmente e psicologicamente e se transformar em figura popular.
Visando evitar ondas de rebelião contra o Estado Novo, Getúlio Vargas submeteu os meios de comunicação a uma censura previa, pois era preciso impedir a divulgação de qualquer informação contra o governo e a imagem do presidente que pudessem levar os indivíduos a pensar e ter uma consciência crítica, construtiva e reflexiva. Foi criado o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) que fiscalizava os jornais brasileiros oposicionistas (agentes da desordem) e incentivava os meios de comunicação que apoiassem as ações e as façanhas do governo.
A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, em 1942, contra as forças (fascistas e nazistas) da Itália e da Alemanha criou um conflito interno no Brasil ainda mais quando o país decidiu apoiar os Estados Unidos que era uma nação democrática, haja vista que o Estado Novo era autoritário e totalitário.
A partir daí, a idéia de democracia renascem na mentalidade dos brasileiros e aos poucos, os jornais vão manifestando a sua insatisfação; em suas páginas recomeça a discussão sobre os problemas nacionais. As caricaturas passaram a ser utilizadas para representar o sentimento popular contra a ditadura de Vargas.
Com o término do conflito em 1945, as pressões pela redemocratização ficaram mais forte. Apesar de algumas medidas tomadas, como a definição de uma data para as eleições, a anistia, a liberdade de organização partidária e o compromisso de eleição de uma nova Assembléia Constituinte, Vargas é deposto em 29 de outubro de 1945 por um movimento militar liderado por generais que compunham seu próprio ministério e havia ajudado a chegar ao poder.

[1] Conflito político do governo de Getúlio Vargas com os tenentes que acabou destabilizando o governo onde alguns tenentes deserdaram do exército e outros se integraram em determinados movimentos radicais.
[2] Os problemas externos vinham das elites regionais nos Estados que não apoiaram e não aceitaram a gestão centralizadora determinada por Getúlio Vargas.