AVALIAÇÃO
DISSERTATIVA: Comente, a partir do fragmento abaixo,
de que forma o governo de Getúlio Vargas forjou a legitimidade de seu governo
a partir do prisma da sociedade de massas:
"para convencer as multidões é necessário, em
primeiro lugar, perceber quais os sentimentos que as movem, fingir partilhá-los
também e, depois, tentar modificá-los ou conduzi-los suscitando certas
imagens por meio de associações mentais rudimentares" (LE BON, 1895).
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De acordo com o historiador Boris Fausto, Getúlio
Vargas chegou ao poder tendo o uso de sua imagem (figura) associada a um ícone
centralizador, modernizador e com tendências autoritárias / totalitárias e
mesmo assim, conseguiu ficar no poder durante quinze anos ininterruptos
(1930-1945), período da História do Brasil que ficou conhecido como a “Era
Vargas”.
Nesse período, de quinze anos no poder Getúlio
Vargas enfrentou diversos problemas tanto de ordem interna
(das forças que o apoiaram) e externa
(da oposição). Vale frisar que, todos os problemas políticos, enfrentados na
administração de Getúlio Vargas acarretaram na Revolução Constitucionalista de
32 (luta armada do Estado de São Paulo contra o governo federal) onde ao término
desse confronto o governo saiu vitorioso. A revolução tinha como principal foco
colocar um fim na “ditadura” _ Governo Provisório estabelecido por Getúlio
Vargas e imediatamente convocar uma Assembléia Constituinte para aprovar uma
nova Constituição inteiramente nova e implantar o regime democrático.
Boris Fausto, afirma que a Revolução de 1932 foi
derrotada pela armas, mas mostrou para a nação a necessidade de garantir uma
forma legal, para o país e diante das circunstâncias difíceis o governo
provisório de Getúlio Vargas, foi tragicamente interrompido.
Imediatamente Getúlio Vargas convocou eleições para
ser realizada uma Assembléia Constituinte (1933) que acabou aprovando a
Constituição de 1934 a segunda Constituição da República do Brasil que alterou
as condições de vida do trabalhador, fazendo valer os seus direitos a nível
nacional, instituiu-se o voto secreto entre outras importantes medidas.
Getúlio Vargas novamente voltou ao poder sendo
eleito por voto indireto. O país avançou rumo à industrialização pós 30, em
relação a outros países, pois o projeto está se concretizando e a nação
necessitava urgentemente de mão-de-obra “barata” e “qualificada” para dar andamento
no processo de industrialização.
Visando ter o apreço do povo Getúlio Vargas, lançou
uma campanha educativa que priorizava um ensino técnico- profissionalizante, melhores
condições de ensino e a padronização do mesmo nos níveis secundário e
universitário.
Nas entrelinhas da história, percebemos que essa
plataforma política adotada por Getúlio Vargas, era uma maneira de ter os
indivíduos a seu favor _dizendo “amém” e “sim” ao seu projeto político, haja
vista que ele utilizou de várias estratégias autoritárias para que os
trabalhadores não se organizassem em sindicatos. Getúlio Vargas foi um Presidente
da República que possuía uma visão política e não foi em vão que apoiou
movimentos sociais como o Integralismo (direita) que era inspirado no fascismo
italiano e tinha como líder Plínio Salgado _ nacionalista, totalitário e contrário
as liberdades democráticas e acreditava em um regime sustentado por um único
partido sendo assim, apoiaram Getúlio Vargas na expectativa de alcançar o poder,
porém foi traído e marginalizado até o golpe do Estado Novo.
Já os comunistas bateram de frente e era oposição ao
governo de Getúlio Vargas e desejavam por reformas sociais de imediato.
Para barrar o avanço comunista pelo país, Vargas
aplicou uma repressão e colocou-os na ilegalidade com receio de uma tentativa
de golpe Getúlio Vargas, fechou o cerco político e a partir daí, estabeleceu em
todo o país um processo de repressão para implantar um regime totalitário
através de um golpe (do Estado Novo) este que foi instaurado sem resistência e
oposição. Automaticamente o congresso foi fechado às eleições e os partidos
foram extintos e a liberdade de expressão foi sepultada junto com tudo aquilo
que era considerado nocivo ao governo e a sociedade.
Getúlio Vargas se intitulou como chefe supremo da
nação e para evitar qualquer tipo de conflito com a população propagou a idéia
que ele era o melhor para o país e que iria governar em prol do povo, e por
isso classificou-se como o “grande pai do Brasil”.
Não podemos negar que Getúlio Vargas foi um
estrategista que utilizou uma variedade de recursos (rádio / televisão / cinema
/ teatro) para divulgar suas idéias, suas realizações políticas para conquistar
os cidadãos brasileiros emocionalmente e psicologicamente e se transformar em
figura popular.
Visando evitar ondas de rebelião contra o Estado
Novo, Getúlio Vargas submeteu os meios de comunicação a uma censura previa,
pois era preciso impedir a divulgação de qualquer informação contra o governo e
a imagem do presidente que pudessem levar os indivíduos a pensar e ter uma
consciência crítica, construtiva e reflexiva. Foi criado o DIP (Departamento de
Imprensa e Propaganda) que fiscalizava os jornais brasileiros oposicionistas
(agentes da desordem) e incentivava os meios de comunicação que apoiassem as
ações e as façanhas do governo.
A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, em
1942, contra as forças (fascistas e nazistas) da Itália e da Alemanha criou um
conflito interno no Brasil ainda mais quando o país decidiu apoiar os Estados Unidos
que era uma nação democrática, haja vista que o Estado Novo era autoritário e
totalitário.
A partir daí, a idéia de democracia renascem na
mentalidade dos brasileiros e aos poucos, os jornais vão manifestando a sua
insatisfação; em suas páginas recomeça a discussão sobre os problemas
nacionais. As caricaturas passaram a ser utilizadas para representar o
sentimento popular contra a ditadura de Vargas.
Com o término do conflito em 1945, as pressões pela
redemocratização ficaram mais forte. Apesar de algumas medidas tomadas, como a
definição de uma data para as eleições, a anistia, a liberdade de organização
partidária e o compromisso de eleição de uma nova Assembléia Constituinte,
Vargas é deposto em 29 de outubro de 1945 por um movimento militar liderado por
generais que compunham seu próprio ministério e havia ajudado a chegar ao
poder.
Conflito político do governo de
Getúlio Vargas com os tenentes que acabou destabilizando o governo onde alguns
tenentes deserdaram do exército e outros se integraram em determinados
movimentos radicais.