FÓRUM:
Analise a contribuição de Walter Benjamin para a historiografia.
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Fazendo a leitura do artigo “As outras cores da modernidade em Walter Benjamin[1]”
descobrimos que esse pensador teve uma atitude audaciosa quando propôs a
criação de novas estratégias com o intuito que o historiador pudesse escrever
uma “nova” História e observar o mundo sob outra ótica, dando ênfase ao
contexto social, político, cultural e na sua própria experiência de vida e
acadêmica.
No decorrer dos estudos, percebemos que Walter
Benjamin não foi um pensador que conseguiu muitos créditos perante a academia,
pois suas teorias eram consideradas ameaçadoras e modernas para os padrões da
época, outro fator que prejudicou o seu desempenho foi pelo fato de ser judeu. Vale
mencionar que Walter Benjamin influenciou a produção historiográfica contemporânea
ao resolver defender um estudo pautado pela análise dos grupos sociais menos
favorecidos, haja vista que a cultura imposta pelo dominador pode ser vista
como uma barbárie sobre o dominado.
Walter Benjamin nos mostra como é possível realizar
um estudo historiográfico a partir da análise da macro e micro-história para
denunciar as mazelas sociais do cotidiano e desmascarar as ideologias
positivistas que imperava no estudo de História e aconselha os historiadores a
realizar uma pesquisa de “caráter interdisciplinar” e ir ao encontro dos
excluídos da história e do “mundo underground”.
“(...)
proporcionar interações entre as áreas do conhecimento não empobrece a
seriedade dos trabalhos de pesquisa, ao contrário, os torna suscetíveis a novas
formas de perceber a tão complexa teia histórica (...)[2]”.
“(...)
A história vista por esse ângulo não é mais um amontoado de fatos duros e
silenciosos, é uma história dinâmica e subjetiva (...)[3]”.
É possível perceber, a partir das idéias de Walter
Benjamin, que para ele a história não era algo fechado, pronto e acabado e que podemos
utilizar a Arte como uma “ferramenta”
para auxiliar a evidenciar as questões sociais em determinado período e ler a
mentalidade de uma determinada época, sendo uma “outra forma” de contar a
História.
“(...)
Walter Benjamin percebeu as cores que por vezes eram apagadas pela cortina
cinza das formas conservadoras de interligar a dinâmica da Modernidade. Seu
olhar lhe permitiu ver as nuances que os intervalos cromáticos modernos lhe
apresentavam. Para ele as coisas não se limitavam ao preto ou ao branco, ao
certo ou ao errado, ao sensível ou ao invisível, ao materialismo ou à teologia,
ao cotidiano ou às grandes correntes de pensamento, enfim, Benjamin se propôs a
ver o período moderno longe de uma perspectiva bipolar ou maniqueísta. Ele
travou diálogos importantes em campos outrora tidos como antagônicos. Transitou
por entre as mais diversas fronteiras cognitivas e isso não levou a vestir a
roupagem limitante de um enquadramento numa corrente intelectual (...)[4]”.
A partir de tudo que foi exposto, neste fórum, e de
uma experiência pessoal podemos concluir que grande maioria dos universitários
que concluem o curso de História, saem da universidade sem ter nenhum
conhecimento prévio, sobre as idéias (teses) defendidas por Walter Benjamin e
que há um déficit de aprendizagem em relação a este conteúdo na formação
teórica e prática dos futuros professores. Walter Benjamin contribuiu para o
aperfeiçoamento da ciência histórica (historiografia) e para o avanço da
pesquisa científica _ “o que reflete não
um rompimento ou uma postura maniqueísta entre os setores de pesquisa, mas uma
interação”.
[1] Autora do artigo Camila Pereira,
licenciada em História pela Universidade Estadual de Goiás – UEG, cursando
atualmente o mestrado em História na Universidade de Brasília – UNB _ área de
concentração História Cultural. Foi professora no curso de História da
Universidade Estadual de Goiás – UEG _ campus de Formosa e ministra diversas
disciplinas na modalidade EAD na Universidade de Brasília _ UNB, inclusive na
pós-graduação.
[2] Ibidem, p. 67.
[3] Ibidem, p. 70.
[4] Ibidem, p. 74