FÓRUM:
Análise a questão da interdisciplinaridade como método.
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E inviável iniciar este fórum sem antes informar ao
leitor que a interdisciplinaridade é o estudo comum entre duas ou mais
disciplinas da área do conhecimento. No decorrer de nossos estudos e pesquisas,
descobrimos que ao longo do tempo os historiadores têm a tarefa árdua,
intelectualmente desafiadora de romper com os paradigmas e buscar novas
metodologias, para o estudo de História e ajudar a organizar as informações, a
hierarquizá-las, a interpretá-las e a criticá-las. Enfim, a transformar a informação
em conhecimento.
De acordo com Joelza Ester Domingues Rodrigues[1]
(2009), o conhecimento em História é interdisciplinar e exige nos dias atuais
dos historiadores, educadores e pesquisadores, etc; o domínio de diversas e
diferentes linguagens e que o estudo de História não pode mais seguir uma
abordagem disciplinar tradicionalmente fragmentária (pronta/acabada), mas sim a
pesquisa histórica deve articular política, economia, relações sociais,
sexualidade, cultura, religião, geografia, ecologia, arte, matemática,
sociologia, filosofia e outros campos do conhecimento, pois o estudo do passado
deve estar articulado ao presente, ajudando-nos a refletir sobre as questões
contemporâneas.
Vale mencionar que interdisciplinaridade enquanto
método de análise e estudo ajudou com que nós historiadores, percebesse que a
história também está presente na arte, na literatura, nas lendas, nos diários
dos viajantes, na música, no teatro, no cinema, na televisão, no rádio _ enfim,
em todas as formas de expressão humana.
Gostaríamos de registrar que a interdisciplinaridade
vem rompendo com os paradigmas do ensino tradicional e possibilitando aos
educadores, pesquisadores e cientistas, etc; trabalhar em conjunto. Como
exemplo: temos a “Revolução Sexual”, que só foi possível conhecer mais a
respeito do tema devido à união da: História, da Psicologia, da Sociologia, da
Filosofia, da Biologia, da Química, da Psicanálise, da Medicina, etc.
No campo educacional estamos acostumados a trabalhar
o saber compartimentado em disciplinas específicas (focalizadas em uma só
área), pois concluímos o Ensino Superior com um déficit na formação (de
professores) que nos ensinam a trabalhar com a interdisciplinaridade na sala de
aula ou no campo de pesquisa.
“(...)
O currículo escolar é mínimo e fragmentado (...) Não favoreceu a comunicação e
o diálogo dos saberes. As disciplinas com seus programas e conteúdos não se
integram (...), dificultando a perspectiva de conjunto e de globalização, que
favorece a aprendizagem (...)[2]”.
Apesar da interdisciplinaridade ainda ser
desconhecida no ambiente escolar devido à má formação dos professores e a falta
de comunicação dos mesmos, a infraestrutura inadequada dos prédios escolares, a
utilização de uma pedagogia (tradicional, arcaica, conservadora, positivista,
militarista), a falta de incentivo para realização de projetos e de pesquisas,
a ausência do acompanhamento familiar no processo educacional e o desinteresse
e falta de comprometimento dos alunos; a partir daí, detectamos se a abordagem
interdisciplinar fosse aplicada no dia-a-dia pode contribuir na formação de
cidadãos críticos, criativos e construtivos que pudesse inserir-se na sociedade,
e tentar a desenvolver projetos coletivos com o intuito de sanar os problemas
do planeta Terra e acima de tudo, ter uma visão de mundo e aptos para
articular, religar, contextualizar, situar-se num contexto e, se possível,
globalizar, reunir os conhecimentos adquiridos.
A interdisciplinaridade pode causar enormes mudanças
e descobertas na Ciência e permite o encontro e troca entre os pesquisadores
que possibilita uma disciplina disseminar uma semente da qual nascerá uma nova
disciplina, pois a História muda constantemente e há sempre novas
interpretações, novos documentos, novos pesquisadores.
Não podemos nos esquecer que a aprendizagem é
contínua não para nunca, e transforma a informação em conhecimento e faz com
que caminhamos rumo ao Terceiro Milênio.
[1] Mestre em História Social pela
PUC _ SP, Bacharel em História pela FFLCH _ USP e Licenciada em História pela
Faculdade de Educação _ USP e autora do livro didático do Ensino Fundamental II
“História em Documento _Imagem e Texto”, adotado pelos professores de História
da Escola Estadual João Baptista de Oliveira, Itapecerica da Serra – SP.
[2] Citação extraída do artigo “Interdisciplinaridade: Concepções de
professores da área ciências da natureza em formação em serviço”.