FÓRUM:
Em sua
opinião, o papel da impressa teve relevância significativa para o fim do regime
imperial?
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Fazendo a leitura do artigo “Imprensa no Brasil do Império à Primeira República[1]”
percebemos que não é de hoje que a imprensa (escrita) realiza uma oposição
ideológica, e de concepções em relação aos governantes do país permitindo
assim, que seu público-leitor tivesse acesso às informações (notícias) que
permite situar-se no tempo e localizar no espaço e compreender melhor a
sociedade.
Entretanto é importante salientar que a imprensa
(escrita) no Brasil antes mesmo da implantação Ditadura Militar (1964) era
vigiada, perseguida e censurada pela elite dominante com receio de despertar a
opinião pública e aguçar o interesse por questões administrativas, políticas,
econômicas e sociais. Vale mencionar que para despertar a opinião dos cidadãos,
é preciso da imprensa. Quais motivos levaram o imperador D. Pedro II, a não
estimular o crescimento e o fortalecimento da imprensa (escrita)? Haja vista, que
no Brasil Império a maioria da população era composta por negros e analfabetos
que moravam na zona rural e percebe-se, que não houve um processo simultâneo de
desenvolvimento nos centros urbanos que continuam idênticos com o da colônia.
Descaso, desordem, corrupção, favorecimento ilícito,
opressão, exploração, discriminação, negligência, etc; era algo comum do
cenário político do Brasil Imperial. D. Pedro II, não possuía um projeto
político que pudesse reverter à instabilidade político-administrativa desse
período e o descontentamento em relação ao seu governo era crescente e a
população almejava o progresso, a esperança e as mudanças de modernidade e a
imprensa (escrita) conspirava para “varrer” os elementos do regime monárquico
do país e propagar as idéias republicanas.
Nesse período, inúmeros jornais e pasquins que
circulavam no país, combatiam, criticavam, satirizaram e ridicularizaram a
figura do imperador e incentivavam o sentimento de revoltas (Farroupilha,
Cabanagem, Praieira, etc.) a partir de suas ideologias e passaram a ter o apoio dos “homens de letras”
(escritores famosos) como José de Alencar e Machado de Assis.
A escravidão era um tema que causou polêmica na
sociedade e o imperador não tinha qualquer posição definida sobre o caso, o
governo era pressionado pelos cafeicultores, classe dominante e pela Inglaterra
para se manifestar a favor ou contra ao projeto de libertação dos escravos.
E importante frisar que, vários jornais defendiam a
idéia de abolição da escravatura e que outras notícias internacionais passaram
a ter destaque na imprensa (escrita), pois antes era muito difícil de publicar
por que chegaram até a redação dos jornais via carta, e agora está vindo
diretamente via telégrafo e por essa razão começaram a ser publicados em maior
proporção pela imprensa.
Não podemos encerrar este fórum sem comentar que
nesse período, como já mencionamos em parágrafo anterior, que havia no país um
grande número de analfabetos e por esta razão, os jornais eram acessíveis
apenas para uma minoria de leitores, ou melhor, para uma classe que não só
detinha o conhecimento, mas também o poder e os meios de produção.
[1] Artigo escrito por Maria Isabel
de Moura do Nascimento (professora da pós – graduação em educação da Universidade
Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e coordenadora do HISTEDBR de Campos Gerais
(PR)) e Claudia Maria Petchak Zanlorenzi (Mestranda em educação pela
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)).
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