03/11/2012

O Nacionalismo e o Império Brasileiro

AVALIAÇÃO DISSERTATIVA: (de Modernismo e O Nacional Popular / A Radiofonia e A Integração Nacional).
1)     Disserte sobre a importância do referencial nacionalista para a consolidação do Império no período imediatamente posterior à independência formal do Brasil.


Lendo o artigo “Nação e nacionalismo a partir da experiência brasileira[1]” descobrimos que o século XIX, foi o século da “onda” nacionalista na Europa e que acabou por acarretar com a ruptura dos vínculos do processo colonial no Novo Mundo.
Aprendemos no decorrer dos nossos estudos que o Brasil se tornou independente de Portugal, mas que continuou preservando o modelo de política português e tendo como líder político o herdeiro da Coroa lusitana que preservava e revigorava o instituto da escravidão. Tivemos uma independência, sem derramamento de sangue ou episódios violentos ao contrário de outras colônias da América do Sul, a “minúscula” elite política (dominante) permaneceu coesa para assegurar seus objetivos, o povo continua dependente, excluído, massacrado e desprotegido politicamente, legalmente, economicamente, socialmente, ou seja, órfão do Império e distante do desenvolvimento e do progresso.
Vale mencionar que a política brasileira desde o seu início, contou com a ausência de um ideal nacional que impede de o país de alcançar a democracia, pois o regionalismo vigente à época era o principal entrave para o estabelecimento do nacionalismo e de uma sociedade liberal, pois representava as vivências e sentimentos regionais e não nacionais e não favorecia o projeto político - pedagógico para construção do país sempre almejado pelo imperador. A partir de então, o nacionalismo como ideologia entra em cena com a missão pacífica de defender a política, a economia, a elite dominante, o território e por último o povo.
A campanha nacionalista realizada no Império adotou formalmente a plataforma política que exaltava a esperteza do brasileiro e o seu lado pacífico e acolhedor e que éramos uma nação mestiça (ameríndia, lusa e africana) e tropical e que estamos caminhando rumo ao progresso e ao futuro. Percebe-se que, esta plataforma política nacionalista é totalmente artificial, elitista e fiel ao imperador que tinha como proposta ocultar e servir de máscara para esconder as mazelas sociais que ocorreram no Brasil e acima de tudo, “cegar”, “enganar”, “manipular”, “adestrar” e “silenciar” os grupos sociais menos favorecidos e consagrar a História Oficial (nacional) e exterminar as idéias republicanas.
O nacionalismo aplicado no Império exaltava o indígena, e referenciava como “protofundador”, inocente, herói e amigo dos portugueses, já os negros foram rotulados pelos brancos como seres inferiores, rebeldes, descrente ao Deus cristão e preguiçoso; um dos maiores entraves ao desenvolvimento do país.
E para finalizar esta avaliação não podemos deixar de mencionar que a política nacionalista aplicada pelo Império tinha como meta, apresentar o Brasil e ressaltar suas potencialidades e integrar ao mundo e divulgar que éramos um povo com fibra, crítico, criativo e que caminhávamos rumo ao futuro, ao progresso e à civilização e acima de tudo, realizar a divulgação do país para os brasileiros e mostrar o papel do “Estado” como sujeito alternativo e principal para o desenvolvimento da nação.



[1] Artigo escrito por Carlos Lessa, doutor em economia, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e autor de vários livros, foi condecorado com a Grã - Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, em 2004.

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