03/11/2012

Interdisciplinaridade X Método

FÓRUM: Análise a questão da interdisciplinaridade como método.


E inviável iniciar este fórum sem antes informar ao leitor que a interdisciplinaridade é o estudo comum entre duas ou mais disciplinas da área do conhecimento. No decorrer de nossos estudos e pesquisas, descobrimos que ao longo do tempo os historiadores têm a tarefa árdua, intelectualmente desafiadora de romper com os paradigmas e buscar novas metodologias, para o estudo de História e ajudar a organizar as informações, a hierarquizá-las, a interpretá-las e a criticá-las. Enfim, a transformar a informação em conhecimento.
De acordo com Joelza Ester Domingues Rodrigues[1] (2009), o conhecimento em História é interdisciplinar e exige nos dias atuais dos historiadores, educadores e pesquisadores, etc; o domínio de diversas e diferentes linguagens e que o estudo de História não pode mais seguir uma abordagem disciplinar tradicionalmente fragmentária (pronta/acabada), mas sim a pesquisa histórica deve articular política, economia, relações sociais, sexualidade, cultura, religião, geografia, ecologia, arte, matemática, sociologia, filosofia e outros campos do conhecimento, pois o estudo do passado deve estar articulado ao presente, ajudando-nos a refletir sobre as questões contemporâneas.
Vale mencionar que interdisciplinaridade enquanto método de análise e estudo ajudou com que nós historiadores, percebesse que a história também está presente na arte, na literatura, nas lendas, nos diários dos viajantes, na música, no teatro, no cinema, na televisão, no rádio _ enfim, em todas as formas de expressão humana.
Gostaríamos de registrar que a interdisciplinaridade vem rompendo com os paradigmas do ensino tradicional e possibilitando aos educadores, pesquisadores e cientistas, etc; trabalhar em conjunto. Como exemplo: temos a “Revolução Sexual”, que só foi possível conhecer mais a respeito do tema devido à união da: História, da Psicologia, da Sociologia, da Filosofia, da Biologia, da Química, da Psicanálise, da Medicina, etc.
No campo educacional estamos acostumados a trabalhar o saber compartimentado em disciplinas específicas (focalizadas em uma só área), pois concluímos o Ensino Superior com um déficit na formação (de professores) que nos ensinam a trabalhar com a interdisciplinaridade na sala de aula ou no campo de pesquisa.

“(...) O currículo escolar é mínimo e fragmentado (...) Não favoreceu a comunicação e o diálogo dos saberes. As disciplinas com seus programas e conteúdos não se integram (...), dificultando a perspectiva de conjunto e de globalização, que favorece a aprendizagem (...)[2]”.

Apesar da interdisciplinaridade ainda ser desconhecida no ambiente escolar devido à má formação dos professores e a falta de comunicação dos mesmos, a infraestrutura inadequada dos prédios escolares, a utilização de uma pedagogia (tradicional, arcaica, conservadora, positivista, militarista), a falta de incentivo para realização de projetos e de pesquisas, a ausência do acompanhamento familiar no processo educacional e o desinteresse e falta de comprometimento dos alunos; a partir daí, detectamos se a abordagem interdisciplinar fosse aplicada no dia-a-dia pode contribuir na formação de cidadãos críticos, criativos e construtivos que pudesse inserir-se na sociedade, e tentar a desenvolver projetos coletivos com o intuito de sanar os problemas do planeta Terra e acima de tudo, ter uma visão de mundo e aptos para articular, religar, contextualizar, situar-se num contexto e, se possível, globalizar, reunir os conhecimentos adquiridos.
A interdisciplinaridade pode causar enormes mudanças e descobertas na Ciência e permite o encontro e troca entre os pesquisadores que possibilita uma disciplina disseminar uma semente da qual nascerá uma nova disciplina, pois a História muda constantemente e há sempre novas interpretações, novos documentos, novos pesquisadores.
Não podemos nos esquecer que a aprendizagem é contínua não para nunca, e transforma a informação em conhecimento e faz com que caminhamos rumo ao Terceiro Milênio.


[1] Mestre em História Social pela PUC _ SP, Bacharel em História pela FFLCH _ USP e Licenciada em História pela Faculdade de Educação _ USP e autora do livro didático do Ensino Fundamental II “História em Documento _Imagem e Texto”, adotado pelos professores de História da Escola Estadual João Baptista de Oliveira, Itapecerica da Serra – SP.
[2] Citação extraída do artigo “Interdisciplinaridade: Concepções de professores da área ciências da natureza em formação em serviço”.

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