07/04/2013

Fórum referente o texto A lei de cada um de - Martha Medeiros



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Aluno: Fabrício Oliveira
Curso: Disseminadores de Educação Fiscal
Disciplina: Educação Fiscal no Contexto Social
Professora: Kátia M. Rodrigues


A lei de cada um
Martha Medeiros
Wesley Ramos é um menino de 11 anos que mora nos arredores de Sorocaba, SP, e que foi homenageado semana passada pela prefeitura da sua cidade por ter devolvido uma bolsa à dona e tudo o que nela havia, documentos e dinheiro inclusive. Foram concedidas honrarias públicas para o menino honesto.
A cada vez que isso é destacado no jornal, me sinto uma extraterrestre. Viver num país onde os atos que deveriam ser corriqueiros viram manchete é um sintoma da nossa deterioração moral. No jornalismo, existe uma máxima que diz que notícia não é um cachorro morder uma pessoa, e sim uma pessoa morder um cachorro. Wesley, que devolveu o que não era seu, mordeu um cachorro.
O comum tornou-se incomum porque nos habituamos a tomar atitudes desconectadas da ordem social. Na hora de bravatear, somos todos imaculados, os reis do gogó, que salivam de prazer ao apontar as falhas dos outros, mas, na hora de seguir a lei dos homens, refutamos a coletividade e tratamos de seguir nossa própria lei. E a lei de cada um é a lei de ninguém.
A estrada, o lugar mais superpovoado do verão, oferece um demonstrativo desse "cada um por si" que leva a catástrofes. A faixa amarela contínua serve para os outros, não para o super-herói do volante que enxerga mais longe e melhor do que os engenheiros de trânsito. Quantas doses de álcool se pode beber antes de dirigir? Para a lei geral estabelecida, nenhuma. Para a lei de cada um, o limite é decisão pessoal.
Choramos pelos mortos que ficam soterrados nas encostas por causa da chuva, mas dai-nos um terreninho em cima do morro e com vista pro mar, Senhor, e daremos um jeito de conseguir um alvará irregular.
A corrupção é generalizada. Na hora de espinafrar os Arrudas que surgem na tevê, somos todos anjos, mas quando surge uma oportunidade de facilitar o nosso lado, de encurtar caminhos, mesmo agindo incorretamente, não existe lei, não existe ética, existe apenas uma oportunidade que não se pode desperdiçar, coisa pequena, que mal há?
Honestidade e ética dependem unicamente do ponto de vista do cidadão: quando ele enxerga o outro fazendo mal, condena. Quando é ele que age mal, o mal deixa de existir, é apenas uma contingência. Essa miopia se corrige como?
Ninguém está imune a erros, mas seria um alívio se nossos erros se mantivessem na esfera particular. Quando agimos como cidadãos responsáveis pelo bem público, o erro de caso pensado deveria ser um crime. Aliás, é crime. Mas somos hipócritas demais e há muito que invertemos os princípios básicos da cidadania. Wesley foi homenageado por não ser mais um a inventar a sua própria lei, e sim por ainda acreditar na lei de todos.
Fonte: Jornal "Zero Hora" nº. 16214, 13/1/2010.
FÓRUM: Com base no texto "A lei de cada um" de Martha Medeiros reflita sobre os valores sociais que hoje se consolidam no nosso cotidiano e como podemos contribuir para formarmos uma sociedade mais ética e pautada nos princípios básicos da cidadania.
Lembre-se que o fórum é um espaço de construção coletiva e busque interagir com os colegas, trocando impressões e compartilhando opiniões.

“(...) Não me convidaram
Pra esta festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer...
Não me ofereceram
Nem um cigarro
Fiquei na porta
Estacionando os carros
Não me elegeram
Chefe de nada
O meu cartão de crédito
É uma navalha...
Brasil!
Mostra tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...
Não me convidaram
Pra essa festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer...
Não me sortearam
A garota do Fantástico
Não me subornaram
Será que é o meu fim?
Ver TV a cores
Na taba de um índio
Programada
Prá só dizer "sim, sim"
Brasil!
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...
Grande pátria
Desimportante
Em nenhum instante
Eu vou te trair
Não, não vou te trair...
Brasil!
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...
Confia em mim
Brasil!! (...)[1]”.
Do meu ponto de vista, seria inadmissível iniciar este fórum sem citar a música “Brasil”, do cantor e compositor Cazuza que é considerado um clássico (hino) da década de 1980, e que nas entrelinhas de seus versos denunciava as mazelas administrativas, políticas, econômicas e sociais do país e nos alertava em primeira mão de como seriam as décadas posteriores.
Infelizmente, fomos acostumados, ou seja, “adestrados” a conviver diariamente com: corrupção política, desvio de dinheiro público, favorecimento ilícito, suborno, violência desenfreada, tráfico de drogas e até de seres humanos, inflação, alta do preço dos alimentos, arsenal bélico e atômico ampliando-se, covardia dos tribunais, etc; estes são os valores que estão influenciando nossa sociedade em pleno século XXI, e o Brasil está mostrando a sua cara e a sua realidade sem pretensão de “mascarar” os fatos.
Após a leitura do texto “A lei de cada um” de Martha Medeiros e nossos estudos paralelos percebemos que a sociedade de modo em geral, está desvencilhando-se dos valores morais, éticos, sociais e espirituais e o ser humano não tem o valor pelo que ele é, mas pelo nome ou poder que ele tem; e enquanto isso, assistimos em câmera lenta às famílias se deteriorando e a educação, as normas de conduta e convivência, a solidariedade, o amor e o respeito ao próximo colocados em segundo plano _ tudo passa a ser permitido, o conceito de bom/ruim; certo/errado; lícito/ilícito se tornam invisíveis, e a partir daí vamos perdendo a noção do que se pode e deve fazer ou o que não se pode e os sentimentos relacionados ao egoísmo e a ganância vão nos consumindo gradativamente e nos condicionamos a viver dessa maneira.
Não nos espantamos quando ligamos a TV, lemos jornais ou acessamos a internet e nos defrontamos com notícia onde adolescente leiloa a virgindade a qualquer preço, pois o “corpo” tornou-se uma mercadoria que pode ser arrematado com alguns dólares ou euros, porém não temos a capacidade de aceitar e compreender e até mesmo de apoiar uma atitude de amor, respeito e solidariedade quando um casal de homossexual luta na justiça para poder adotar uma criança que se encontra abandonada pela família, ou pelo Estado, postura que é criticada pela sociedade arcaica, conservadora, hipócrita e pela Igreja Católica Apostólica Romana e Igrejas Evangélicas.
Como podemos construir um futuro melhor, se ainda temos uma mentalidade e postura medieval e não sabemos ouvir e respeitar o que o outro realizou ou que tem a dizer. Vale lembrar que, divergências, conflitos, etc; existe em toda a sociedade, porém temos que aprender a reconhecê-los e lidar com eles com maturidade, de forma negociada e democrática.
Sabemos que crianças, adolescentes, jovens e adultos vivem num mundo cheio de informação, o que reforça a necessidade da família, da comunidade escolar, lideranças comunitárias, empresas públicas e privadas, meios de comunicação, autoridades locais e estaduais, organizações não governamentais e comunidades religiosas, etc; criar programas para resgatar os valores morais, sociais, éticos e espirituais em relação à idéia da aluna Helena M. Yano, postada no Fórum, eu discordo, pois acredito que atitudes como a do garoto Wesley Ramos, deve ser homenageada para conscientizar os cidadãos que procedimentos como esses devem ser seguidos por todos nós e principalmente pelos políticos que não sabem separar o que é público do particular (privado) e apropriam-se dos cofres públicos em proveito próprio ou alheio como, por exemplo: Paulo Maluf, Demóstenes Torres, Fernando Collor de Mello, Lúcia Vânia, Marcelo Crivella, Sandro Mabel, Antônio Palocci, Delúbio Soares, José Dirceu, José Genoíno, Luiz Gushiken, entre outros.
Enquanto educador acredito que é através de práticas de homenagear ações dignas como a do Wesley Ramos que podemos contribuir e construir um caminho para formação de uma consciência politicamente correta dos indivíduos e eliminarmos as práticas de corrupção, descontrole político e favorecimento ilícito que deterioram todas as estruturas globais das nações.



[1] "Brasil" é a uma faixa do terceiro álbum solo do cantor de rock brasileiro Cazuza, intitulado Ideologia de 1988. Foi composta por Cazuza em parceria com George Israel do Kid Abelha e ganhou o Prêmio Sharp de melhor canção. "Brasil" é considerado uma declaração de amor ao país. No mesmo ano de seu lançamento, a canção foi regravada por Gal Costa numa versão mesclando o samba ao rock. Essa versão foi incluída como tema de abertura da novela Vale Tudo da Rede Globo e também recebeu um prêmio Sharp. Segundo algumas fontes, mas que nunca foi confirmado, Brasil teria sido composta pela tentativa de emular o sucesso de outro clássico do rock nacional, Que país é esse?, composta por Renato Russo.

27/03/2013

Oxóssi (Òsóòsi) - Orixá

Saudação: Òké Aro!
Dia da semana: quinta-feira
Oxóssis ou Odé: Rei do Ketu, senhor da caça, da carne e da fartura e das colheitas.
Motumbá (benção) meu Pai Oxóssis.
Obrigado por tudo sem ti nada sou...
O senhor é o dono da minha vida, do meu coração e dos meus caminhos e graças eu dou por seu seu filho sei que está sempre ao meu lado me dando força, paz, tranquilidade, alegria, sabedoria, saúde e prosperidade e me livrando das mazelas do inimigo, do perigo e da morte.
Minha fé no Senhor renova a cada instante da minha vida.
Axé, meu pai.


28/01/2013

Modelo de Carta de Intenção para o cargo de Professor Mediador Escolar e Comunitário


CARTA DE INTENÇÃO

Á
COMISSÃO DO PROCESSO SELETIVO DE PROFESSOR MEDIADOR ESCOLAR E COMUNITÁRIO

Prezada Comissão,

Eu, Fabrício Oliveira, portador do RG nº XXXXXXXXXX e inscrito no CPF nº XXXXXXXXXX, habilitado em História e Pedagogia e atualmente cursando Pós-Graduação Lato Sensu (EAD) em História e Cultura no Brasil, professor PEBI, categoria XXXXXXXXXX, candidato à vaga de Professor Mediador e Comunitário na Diretoria Regional de Ensino _ Região XXXXXXXXXX da cidade de XXXXXXXXXX.
Venho por meio deste, apresentar minhas intenções pelas quais me interesso a concorrer ao cargo, pois acredito que nunca é tarde para inovar e transformar. Sinto a enorme necessidade de aprender cada vez mais e sinto-me desafiado a encarar novos desafios sem receio de enfrentá-los e aventurar-me por mares desconhecidos, pois sou um “apaixonado” pela educação e acredito que o maior tesouro que os pais podem deixar como herança aos seus filhos são os estudos e os valores morais (a honra, a verdade, o trabalho, a dignidade, a fé em Deus, o amor ao próximo, etc.,) e este não poderá ser perdido, roubado ou reivindicado por meio de uma ação judicial perante o juiz de direito.
Como historiador e pedagogo acredito indubitavelmente que através da educação vamos modificar as diretrizes políticas, econômicas, educacionais, sociais e culturais do país permitindo que todos os brasileiros independente da classe social a que pertence tenha acesso a um sistema educacional que vise à universalização do acesso, à equidade e à qualidade do ensino, não importa se é público ou privado, mas que de oportunidades para que todos os indivíduos cresça, desenvolva, aprenda e constantemente se aprimore enquanto ser humano e tenha uma consciência crítica, criativa, construtiva, reflexiva e solidária para que a partir daí, possa preservar o planeta Terra e respeitar o seu próximo na sua particularidade e individualidade independente da cor da pele, do credo religioso, da orientação partidária, da filosofia de vida e da orientação sexual, etc.
É através da educação, que podemos eliminar de vez todos os tipos de conflitos, tabus, estigmas e preconceitos sócio-culturais existentes na nossa sociedade contemporânea e permitir que as nossas crianças e adolescentes tenham acesso a diferentes formas de cultura, pois como elucida BURKE[1] (2003:14) ao afirmar que vivemos em um período marcado por encontros culturais cada vez mais freqüentes calcado por um hibridismo[2] cultural.
A violência se faz presente na nossa sociedade ao longo dos tempos e infelizmente cada vez mais invade o espaço escolar sem pedir licença, causando o caos e uma barbárie dentro e fora da sala de aula, levando os nossos alunos (crianças, adolescentes e adultos) a se “digladiarem” constantemente e vivendo em pé de guerra, pois não estamos acostumados a respeitar as ideologias alheias e acima de tudo, temos uma enorme dificuldade em compreender e aceitar as diferenças do outro em razão disso, não estamos tendo um ambiente escolar socialmente harmonioso e saudável que permite com que os alunos e professores tenham estímulo, prazer e segurança em estudar e lecionar e estejam aptos a construir uma cultura de paz, de cidadania e de são convivialidade.
Pretendo como Professor Mediador Comunitário ajudar a escola em que eu for atuar a encontrar mecanismos para eliminar os conflitos imprevisíveis como, por exemplo: a indisciplina, a falta de limite, a falta de respeito, a falta de compromisso com os estudos, o bullying, a agressão (física, material, verbal, moral, psicológica, sexual e virtual), comportamentos (indesejáveis e inadmissíveis), etc; trabalhar alinhado e em conjunto com a equipe gestora, coordenação pedagógica, funcionários e colaboradores da escola, pais, professores efetivos; categoria F e O; e principalmente com os Eventuais porque estes docentes encontram enorme dificuldade, em ser ouvidos e respeitados pelos alunos e na maioria das vezes, não sabem como lidar com situações conflituosas que ocorrem em sala de aula. Vale mencionar que, vou estar empenhado em promover, conscientizar e encorajar os alunos a respeitarem a diferença e a praticarem a tolerância, pois como Professor Mediador Comunitário vou defender a ideia: “Aceitar é uma opção. Respeitar é um dever”.
A tarefa não vai ser fácil, mas nada me impede de esforçar, tentar colocar em prática as metas, mesmo que sejam audaciosas para os paradigmas educacionais, sociais e culturais vigentes, pois acredito que a escola precisa de gente de ação.
As escolas públicas estaduais do Estado de São Paulo abrigam alunos de diferentes idades, níveis de desenvolvimento psicossocial e estratos sociais, que devem receber do Estado atenções adequadas às suas necessidades. Como Professor Mediador Comunitário vou procurar abrir espaços e criar relações de parceria para trazer os pais ou responsáveis para dentro do âmbito escolar, pois são os principais interessados numa boa educação para seus filhos dessa forma vamos trabalhar juntos, trocando informações, compartilhando decisões e colaborando com a rotina de trabalho dos professores para garantir  uma educação de qualidade para todos os nossos estudantes.
Ao surgir, condutas (incompatíveis, indesejáveis, inadmissíveis) que possa estar interferindo no bom andamento das aulas e atrapalhar a aprendizagem escolar dos alunos procurarei apurar os fatos de forma “neutra” e “imparcial” buscando o apoio da equipe gestora, coordenação pedagógica, professores, funcionários, pais e/ou responsáveis e o conselho escolar para chegarmos a um consenso e juntos aplicarmos medidas disciplinares, sempre considerando, na caracterização da falta, a idade do aluno e a reincidência do ato sempre com muito cuidado, para não expor o aluno ao ridículo e ao constrangimento com a intenção de preservar sua (auto) imagem.
Através de Projetos Pedagógicos Transversais e Interdisciplinares, conscientizaremos os alunos a partir de ações sócio-educativas e culturais, a fim de evidenciar que o Estado de São Paulo, adverte que a falta de respeito, desacato ou afronta a diretores, professores, colaboradores da escola ou qualquer funcionário público é uma falta grave o que acarreta penalizações nos termos da Constituição da República Federativa do Brasil e das leis vigentes. É necessário mostrar para os alunos que o aparelho de celular não combina com sala de aula e, a partir daí, estabelecer um acordo amigável que ao entrar na sala de aula este equipamento eletrônico deve ser desligado ou colocado no modo silencioso para atrapalhar o processo de ensino aprendizagem, de acordo com o dispositivo da Lei nº. 12.730 de 11 de outubro de 2007.
Vale lembrar que, o acordo estenderá para o uso de notebook, tablet, jogos portáteis, tocadores de música ou outro dispositivo de comunicação ou entretenimento que perturbem o ambiente escolar; prejudiquem o aprendizado ou que possa gerar conflitos, por exemplo, intrigas de adolescentes, indisciplina em sala de aula, fofocas de alunos contra aluno, falta de atenção e de compromisso com as atividades propostas em classe, roubo e perda de celulares, etc.
Em casos extremos e após analisar o histórico de conflitos e problemas causado pelo aluno vou propor a equipe gestora, coordenação pedagógica, docentes, pais e/ou responsáveis o encaminhamento[3] do aluno à Saúde Escolar, baseado na assistência médica, psicológica, fonoaudióloga, psicopedagogo, assistente social, etc; com o objetivo de cuidar de distúrbios, prevenirem os agravos e proporcionar uma melhor qualidade de vida para o aluno e estabelecer à sua inserção no contexto escolar.
Sem mais para o momento.
Atenciosamente,

São Paulo, 23 de janeiro de 2013.



_________________________________________
Fabrício Oliveira





[1] Peter Burke é um historiador inglês, e doutorado na Universidade de Oxford, foi professor de História das Idéias na School of European Studies da Universidade de Essex, por dezesseis anos professor na Universidade de Sussex e professor na Universidade de Princeton; atualmente é professor emérito da Universidade de Cambridge. Autor de 22 livros publicados, 12 deles traduzidos e editados em português.
[2] Hibridismo cultural é a mistura de várias culturas, todas as culturas estão envolvidas entre si, nenhuma delas é única e pura, todas são híbridas, heterogêneas. A música, a linguagem oferece muitos exemplos notáveis de hibridização. Idéia extraída do livro: BURKE, Peter. Hibridismo Cultural. 3. ed. São Leopoldo: Unisinos, 2010. p. 13 – 14.
[3] O encaminhamento pode ser direcionado a serviços de orientação em situações de abuso de drogas, álcool ou similares; para casos de intimidação baseada em preconceito ou assédio; ao Conselho Tutelar em caso de abandono intelectual, moral ou material por parte dos pais ou responsáveis.

11/01/2013

As atrocidades cometidas pela ditadura militar no Brasil

AVALIAÇÃO DISSERTATIVA: Entendendo a luta armada como uma “resistência ativa” que não pode se efetivar sem violar a disciplina estabelecida, como você julga a reação dos governos militares que, em defesa da ordem que acreditavam como correta, passaram por cima das leis do país e dos direitos humanos?

Não devemos em hipótese alguma esquecer que a ditadura militar cometeu no Brasil uma verdadeira barbárie durante o período em que esteve no poder, pois mais que algumas pessoas pretendem esquecer de uma vez por todas as atrocidades, os crimes e a violência praticada pelo Estado de norte a sul do país e inevitável apagarem da História do Brasil, haja vista que muitos cidadãos brasileiros lutaram em favor da: vida, liberdade, justiça, cidadania, igualdade, democracia, etc; e foram julgados, torturados e assassinatos a mando dos militares que se encontrava no poder.

“(...) a ditadura recorreu à violência brutal (...) Nos cárceres, as torturas são indescritíveis. Prisioneiros e suspeitos são assassinados e fuzilados (...)[1]”.

Porque muitos indivíduos não querem que nós e às gerações futuras tenha conhecimento da “inquisição” praticada abertamente pela ditadura militar? Ou será que é para apagar da memória dos brasileiros o mal-estar que a sociedade civil, viveu de 1964 a 1985, ou e para mascarar o rosto dos militares que em prol (suposição) de um país melhor, enterrou com sangue e concreto e diversas práticas metódicas[2] (calculistas e frias) o ideal da democracia.
Vale mencionar que, a prática política e os mecanismos utilizados pela ditadura militar para se perpetuar no poder foi totalmente imoral e desumana, pois acima de todos, e acima de tudo não respeitou as leis, os direitos humanos e nem a Constituição do Brasil. Os cidadãos brasileiros viveram com medo e em constante alerta, pois qualquer atitude independente de quaisquer que fossem poderia render conseqüências graves e desastrosas e infelizmente não era dado do direito de ampla defesa.

“ (...) No Brasil da ditadura houve uma tentativa de apagar qualquer traço de assassinato (...) tentaram arrancar uma página da história (...) Eles eliminaram o traço por excelência do crime, os cadáveres (...)[3]”.

Em nome do poder, da intimidação e da omissão a Ditadura Militar elaborou regras que deveria ser cumprida de imediato pelo universo intelectual e artístico e principalmente pela indústria cultural, onde estipulou o que a população deveria ou não saber. Os meios de comunicação de massas deveria se adaptar ao regime para evitar sofrer represálias.
No campo educacional, o regime militar não visou um ensino crítico, criativo, construtivo e reflexivo pelo contrário, elaborou uma proposta educacional com o objetivo de “adestrar” os estudantes negando-lhes a possibilidade de reflexão e de construção autônoma e castrando sua visão de mundo e de política. A educação brasileira não foi valorizada e nem deu ênfase na heterogeneidade das escolas e dos alunos e não tentou criar um modelo de ensino que tivesse a “cara” do Brasil e atendesse às necessidades de nossos discentes. Como costume não foi valorizado as nossas raízes e tradições culturais e importando um modelo de educação nos paradigmas adotados pelos Estados Unidos que valorizou a educação tecnicista que formou mão de obra qualificada a baixo custo e com profunda falta de qualificação com a missão de ajudar a promover a industrialização e o desenvolvimento do milagre econômico.
De acordo com a Presidenta da República Dilma Rousseff, a geração deste período “sentiu na carne” o abuso e a truculência do Estado e como os direitos humanos foram violados pelo regime que se encontrava longe de estabelecer uma sociedade democrática.


[1] Citação extraída do material disponibilizado no site da Universidade Gama Filho _ UGF pelo professor Aender Luis Guimarães.
[2] Captura, investigação, interrogatório, tortura física e psicológica, censura, penas de mortes , prisão perpétua, etc.
[3] Citação extraída do material disponibilizado no site da Universidade Gama Filho _ UGF pelo professor Aender Luis Guimarães.

08/01/2013

A ascensão da Ditadura Militar no Brasil

FÓRUM: “O que eles não deixavam escrito no corpo dessas pessoas foi, no entanto, escrito a ferro e a fogo na carne da sociedade”. E cabem a cada um de nós, historiadores ou não, preservar, refletir e criticar os mecanismos que tornaram possível a ascensão e a queda de uma ordem Estatal que se sobrepôs a democracia, a liberdade e a vida do povo brasileiro”. Em sua opinião quais mecanismos estavam diretamente vinculados a ascensão da ditadura militar no Brasil?


Como é explícita, para todos os brasileiros a ditadura militar foi instaurada no Brasil, não por meio de convocação de eleições diretas, onde fosse dado aos eleitores o direito de escolher livremente o regime político, mas, pelo contrário, o regime foi implantado através de um “golpe” derrubando o então Presidente da República João Goulart, e a partir de então, os militares assumiram o poder iniciando um novo ciclo político na nação em 31 de março de 1964, haja vista que o Brasil viveu uma crise política e administrativa desde a renúncia do presidente Jânio Quadros em 1961, e com isso, o vice-presidente da República João Goulart (Jango) assumiu oficialmente o cargo enfrentando forte oposição dos militares e da elite burguesa dominante, pois era um governante a favor do presidencialismo e contra o parlamentarismo e pretendia-se realizar as reformas de bases (agrária, urbana, tributária, eleitoral, bancária, do estatuto do capital estrangeiro, universitária, etc.).
Pode-se dizer que o Brasil enfrentou um caos _ inúmeras greves, protestos e movimentos subversivos abalaram o país e os militares com receio da situação fugir ao controle resolvem agir rapidamente para controlar a baderna instaurada que tomou as ruas das grandes metrópoles e teve o apoio da elite (dominante conservadora e tradicional) na Marcha da Família com Deus pela Liberdade. É importante mencionar que, João Goulart não agüentou as fortíssimas pressões políticas, pois não tinha nenhuma estratégia ou marketing político que pudesse efetivamente reverter à situação naquele momento e com isso, a única estratégia encontrada foi fugir para o Uruguai.

“(...) centenas de líderes políticos, camponeses e sindicalistas foram presos e tiveram seus direitos políticos cassados. A sede da UNE _ União Nacional dos Estudantes foi incendiada no Rio de Janeiro, os partidos políticos foram extintos e substituídos por apenas dois _ o partido do governo ARENA e outro da oposição o MDB (...)”[1].

A partir de então, a atitude sem pensar e radical realizada por João Goulart contribui para que os opositores ao seu governo saíssem vitoriosos no término desse confronto e instaurasse no Brasil um novo capítulo político, ou seja, um regime (totalitário, autoritário) conhecido por todos nós como Ditadura Militar ou “Anos de Chumbo”. Acreditava-se que os militares assumindo o poder de fato a situação política, administrativa e econômica mudaria para melhor, mas pelo contrário, foi instaurado um “terrorismo” sobre um sólido alicerce dos Atos Institucionais – AI nº 1, 2, 3, 4 e 5; e instauração dos Inquéritos  Policial-Militares (IPMs).

“(...) A onda de repressão iniciou-se logo no primeiro dia de golpe. Ações foram orquestradas contra os estudantes, sindicalistas, trabalhadores rurais e industriais, políticos e militares (...) Centenas de sindicatos caíram sob intervenção, as Ligas Camponesas foram dispersas (...) Cassações de  direitos políticos (...) Torturas e assassinatos deram início ao terrorismo de Estado (...)[2]”.

Infelizmente a ditadura militar para se perpetuar no poder promove no Brasil um período histórico de censuras, cassações e prisões onde vários intelectuais foram “mutilados” intelectualmente e os artistas aderiram à resistência democrática através dos Festivais de Músicas contra o regime.
Para driblar a democracia e a liberdade a ditadura militar implantou diversos “instrumentos de guerra” para exterminar os inimigos políticos baixando do AI – 5, considerado o mais cruel de todos os Atos Institucionais _ “um golpe dentro do golpe”, onde o Congresso Nacional foi fechado e os poderes foram concentrados no executivo e a repressão (terrorismo) aumentou cada vez mais dando início aos “Anos de Chumbo” e nessas cenas de filme de guerra e terrorismo sobre todo esse aparato político, administrativo, econômico, social e cultural a Ditadura Militar governou o Brasil e seus cidadãos por 21 anos.






[1] Idéia extraída  do You Tube, vídeo “Golpe Militar de 64”.
[2] Citação extraída do texto disponibilizado no site da Universidade Gama Filho _ UGF, pelo professor Aender Luis Guimarães.

04/01/2013

Perda da Aura na Obra de Arte por Walter Benjamin


AVALIAÇÃO DISSERTATIVA: Como Benjamin avalia a perda da aura na obra de arte no que diz respeito à realização das funções pedagógicas e expressivas da obra de arte.

 

Fazendo a análise crítica do artigo “O diálogo do olhar sobre a aura[1]” e dos textos disponibilizados no site da Universidade Gama Filho (UGF) pela professora Débora Maria M. Querido, foi possível entender que Walter Benjamin, filósofo judeu - alemão, foi o criador do conceito de aura em relação à obra de arte, pois para ele o universo encontra-se em constante transformação e inovação (imagética) e acabava intervindo na produção artística e com isso, o seu caráter sagrado, místico e autêntico se perdia causando um grande impacto negativo e radical em nosso tempo.

De acordo com as idéias defendidas por Walter Benjamin, a fotografia permite com que os indivíduos registrem e reproduzem-se cada vez mais, obras de arte, e valorizam a imagem captada pelo olhar do fotógrafo e não do pintor e a partir daí, a obra de arte perde a sua aura, sua autenticidade e sua função social e pedagógica e é descaracterizada e sendo utilizada por regimes totalitários (ditaduras) como estratégia política de alienação das massas populares e como recurso para promover e divulgar suas plataformas políticas (propagandas). Não podemos deixar de mencionar, que Walter Benjamin foi perseguido pelo regime nazista por ter sido contrário a esse procedimento de reprodução técnica que estava se impondo a arte naquele período e pelo fato de que a arte passou a ser encarada como um simples produto mercadológico, e que só pode ser exposta ou exibida ao público se rendia altos lucros aos seus financiadores; a autenticidade, a criatividade o teor pedagógico da obra de arte foi enclausurada nos calabouços do capitalismo e dos mecenas das artes.

Percebe-se que para Walter Benjamin esse progresso tecnológico, foi inserido no mundo artístico não com a intenção de melhorar, expandir ou desenvolver os trabalhos dos artistas, e fazer com que seus significados artísticos fossem captados pelas massas populares, mas, pelo contrário, a obra artística encontra-se alienada de si mesmo e do público, fruto da ação maliciosa de pequenos grupos que geram todo sistema artístico e de comunicação, de onde brotam interesses de ordem econômica em primeiro plano, antes mesmo de qualquer julgamento do objeto artístico.

Walter Benjamin alerta-nos que após a Revolução Industrial e pela facilidade de reproduzir integralmente obras de arte e essas está totalmente acessível e visível em qualquer lugar (museu, grandes galerias, “shopping centers”, etc;) a obra de arte vai perdendo seu valor pedagógico e expressivo _ a imagem artística deixa de ser cultuada e sua expressão banalizada, perdendo seu valor de exposição e tomando outros sentidos, haja vista que o valor de cada obra é ditado por especialistas do mercado, por pessoas que não pinta, desenha e nem cria e o valor estético é desidealizado e não tem como objetivo educar as pessoas socialmente, moralmente e culturalmente.

 

“(...) As obras de arte têm ficado cada vez mais parecida uma às outras, devido à banalização dos ideais (...) que leva à geração de elementos “aurais” (...)”[2].

 

A partir do que foi exposto até o momento, podemos pressupor que as massas populares não conseguem perceber a grandeza de uma obra de arte e que a mesma está perdendo seu significado pedagógico e expressivo e não está nem envolvida nem comprometida com a: política, evolução, libertação e conscientização dos indivíduos, pois infelizmente a arte para Walter Benjamin se tornou uma “arte industrial”, ou seja, mecânica. O público passou a ser atraído pelos “fetiches” criados no “seio do capital” e aderiu aos desejos das elites dominantes.

 

“(...) essa arte tem menos compromisso consigo mesmo, não estranha que se exclua do compromisso com a sociedade (...)”[3].

 

Vale lembrar que, o progresso tecnológico deveria ter favorecido com a função emancipatória, e tornado a arte democraticamente acessível ao ser humano e rompendo com as barreiras do monopólio cultural, pois ainda existe uma enorme diferença econômica e social entre os cidadãos do planeta Terra independente de suas nações, que os impede de ter contato com o “universo” das obras de artes e livre acesso a museu, galeria de arte, teatro, cinema, etc.

Para finalizar esta avaliação acreditamos ser pertinente, neste momento, evidenciar como é possível os grupos sociais menos favorecidos terem acesso aos meios de produção teatral e assistir uma peça de teatro se o valor do ingresso cobrado não é compatível com a renda familiar, haja vista que valor cobrado no ingresso para assistir “Priscila, Rainha do Deserto – o musical” no Teatro Bradesco do Bourbon Shopping São Paulo era:

Frisa 3º andar
R$ 40,00
Frisa 2º andar
R$ 80,00
Frisa 1º andar
R$ 120,00
Balcão Nobre
R$ 120,00
Camarote
R$ 180,00
Platéia Superior
R$ 200,00
Platéia Vip (Filas A a I e J a O central)
R$ 250,00

 

 

 

 



[1] Artigo escrito por Edvaldo Siqueira Albuquerque, mestrando em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará – UFC.
[2]  Ibidem, p. 9.
[3] Ibidem, p. 10.

Função Expressiva na Obra de Arte


FÓRUM: Considere uma das obras comentadas no texto e comente sobre a realização de uma função pedagógica e/ ou expressiva.

 

Em relação à função expressiva após a leitura do material, disponibilizado no site da Universidade Gama Filho – UGF pela professora Débora Maria M. Querido, podemos concluir que a função expressiva da obra de arte tem como objetivo “revelar” para a sociedade todos os tipos de manifestações artísticas e culturais (obras de artes) criada pelo homem ao longo do tempo, pois vivemos num mundo marcado por encontros culturais cada vez mais freqüentes calcado por um hibridismo cultural. É importante mencionar que as obras de arte não se podem reduzir apenas a uma (única) simples manifestação de sentimento, haja vista que as classes dominantes sempre tentaram impor paradigmas, estilos, conceitos, padrões, etc; no mundo das artes gerando uma visão excludente e preconceituosa em relação à arte popular oriunda das classes menos favorecida socialmente.

Se a arte expressiva tem como finalidade: mostrar. A partir daí, podemos dizer, que a arte na pré-história pretendia mostrar o mundo mágico-religioso daquele momento histórico e que a arte na Modernidade teve a pretensão de revelar a identidade individual e coletiva, marcada pelo estilismo.

Vale lembrar que a arte provoca nos indivíduos uma gama variada de sentimento e emoções e uma diversidade de reações humanas e sua função expressiva visa transformar num fim aquilo que para outras atividades humanas é um meio e com isso, transmuta instrumentos sensoriais e, quem sabe, consigamos alcançar nossos objetivos em um fim.

“(...) as artes transfiguram a realidade para que tenhamos acesso verdadeiro a ela. Desequilibra o instituído e os estabelecidos, descentra formas e palavras, retirando-as do contexto costumeiro para fazer-nos conhecê-las numa outra dimensão, instituinte ou criadora (...)”[1].

 

A função expressiva da obra de arte permite com que os indivíduos tenham oportunidade de conhecer o mundo, e enxergar como ele realmente é _ façanha realizada através de símbolos e alegorias em outras palavras: cores, texturas, formas, ritmos, gestos, expressões, etc.

 

“(...) Assim, a obra de arte nos traz uma última revelação: mostra que a história é o movimento incessante no qual o presente (o artista trabalhado) retoma o passado (o trabalho dos outros) e abre o futuro (a nova obra instituinte) (...)”[2].

 

Em nossa opinião expressar na obra de arte é “impactar” e “chocar” fazer com que o público perceba e entenda a real mensagem que o pintor, escultor, músico, ator, artista, etc; quer nos transmitir através de sua criação artística e não importa se tenhamos uma interpretação positiva, negativa, crítica de sua obra.

 



[1] Ideia de CHAUI, Marilena.
[2] CHAUI, Marilena.